Parte 5
(Mangá: Volume 11 – capítulo 3)
De mãos dadas, nós descemos
as escadas. Dentro da escola, nenhum som podia ser ouvido, nem mesmo da chuva.
Provavelmente tinha parado.
Atrás de nós, apenas
o som dos nossos passos ecoando podiam ser ouvidos. No caminho até o primeiro
andar, de repente senti que a escola estava cheia de uma intensa solidão. Com meus
dedos tocando a parede, eu respirei profundamente.
Naru foi o primeiro a
passar através da pequena porta. Depois disso, quando eu estava prestes a
sair...
Um estrondo. Na minha
frente, um objeto escuro foi arremessado em minha direção passando perto do meu
nariz. Num reflexo dei um passo atrás. De repente eu me desequilibrei e caí.
- Aiii... - Minha
cintura bateu num canto da escada.
Percebi que não
estava mais segurando a mão do Naru.
- Naru! Você está
bem?
- Eu estou bem! E
você, Mai? - Era uma voz extremamente vaga e abafada.
- Eu estou bem!
Sentada nos degraus
eu lentamente tateei o meu caminho através da escuridão. Eu sabia que as
sapateiras tinham desmoronado na entrada. Se ao menos eu tivesse um fósforo. Se
eu não encontrasse a saída com o tato, seria impossível saber se havia uma
saída.
Quando eu procurava
pela saída, alguém tocou a minha mão.
- Você consegue sair?
Eu agarrei a mão do
Naru com alívio. Se a sua mão conseguia me alcançar, então a entrada não estava
completamente bloqueada.
- Sim!
Agarrando a mão dele
eu me levantei. A parede falsa que tinha caído não tinha bloqueado
completamente a entrada. Se eu cuidadosamente subisse um pouco, eu seria capaz
de passar. Quando eu estava pensando nisso, um objeto duro atingiu minha testa.
A parede falsa?
Apressadamente, eu continuei
a explorar o local. Era pior do que eu esperava. A entrada tinha sido bloqueada.
E parecia que as coisas estavam empilhadas de forma muito complicada em torno
da entrada.
- Espere, espere um
momento!
- O que foi?
Quando eu ouvi essa
voz, eu fiquei momentaneamente atordoado. Parecia que alguém tinha jogado um
balde de água fria na minha cabeça.
Brrrr! Meus dentes batiam
de frio.
- Mai!
O som vinha de longe,
do meu canto inferior direito. Era como se Naru estivesse lá embaixo.
Se fosse esse o caso,
então quem que segurava a minha mão?
O braço do Naru não
poderia ter 2 metros de comprimento. A quem realmente pertencia a mão que eu
estava segurando?
Eu tentei me soltar da
mão, mas a mão não se moveu. Era como se estivesse congelada. Quando eu
relaxei, a mão agarrou a minha mão com mais força.
- Naru!
Socorro! Eu era incapaz de dizer isso em voz alta.
- O que foi?
A voz estava ainda
mais distante. Eu claramente não tinha dado um único passo!
De repente, senti que
a mão que me agarrava tinha começado a encolher, eu realmente senti a mudança do
toque. Tornou-se seca e muito fina... Muito fina! Mas era extremamente forte -
suas garras afiadas entravam na minha pele causando muita dor.
Eu tentava
desesperadamente soltá-la, mas ela me apertava.
- Quem é?
Nesta altura, a
escuridão rapidamente dissolveu. Uma figura escura apareceu na minha frente, na
sequência ela se separou e se transformou em 7 pequenas figuras (Naru tinha
desaparecido). Sete mãos seguravam a minha.
- Nee-san!
- O que foi?
- Você nos confundiu
com outra pessoa, nee-san?
Enquanto a risada das
crianças aumentavam, eu levantei a minha mão direita que estava solta, e
comecei a fazer cortes a partir da direita.
- Rin Pyou Tou
Sha Kai Jin Retsu Zai Zen!
Imediatamente, as mãos
segurando a minha afrouxaram. Eu me livrei daqueles dedos imediatamente e corri
em direção ao segundo andar. A porta do segundo andar ainda estava aberta, eu passei
e corri para uma sala de aula e fechei a porta. Então eu me inclinei sobre a
porta da sala, ofegante.
Eu tentei ouvir se
havia algum barulho lá fora. Nada de passos me seguindo e nada de ouvir a voz
do Naru. Não escutava nenhum som. Tudo que eu podia ouvir era o meu coração
batendo.
- Seja forte!
Se eu não fosse forte...
Agora eu era a única que restava, não havia mais ninguém.
- Acalme-se!
Naru, John, Masako,
Ayako, Yasuhara, Bou-san e Lin não estão mais por aqui.
- O que eu devo
fazer? - Perguntei a mim mesma.
Mesmo se eu fosse a
única, o exorcismo ainda tinha que ser feito. Mesmo que eu não pudesse
exorcizá-lo eu ainda tinha que convencê-lo. Me preocupar com onde os outros
estavam, agora, era irrelevante. Eu precisava fazer o trabalho que eu deveria
fazer... Se eu ainda não conseguisse encontrar os outros mesmo depois de sair
desse lugar, então eu continuaria procurando.
Sentei-me no chão.
- Naru não está aqui também...
Não havia ninguém que
pudesse me hipnotizar para que eu entrasse em transe.
- Eu vou ter que
fazer isso sozinha.
Dormir! Vai ficar
tudo bem se eu dormir. Mesmo que eu não consiga dormir profundamente, talvez eu
consiga cochilar.
Fechei os olhos e
respirei fundo. Eu me esforcei para relaxar o corpo.
Não! Meu corpo está tremendo! Não fique tensa!
Relaxe! Tente não pensar em nada!
Quanto mais eu
tentava mais tensa eu ficava. Eu mantive os olhos fechados, mas sem sucesso. Eu
abria meus olhos, em seguida, fechava, em seguida abria, tudo que eu via era
escuridão. As memórias fluiam na minha mente... Felizes, tristes, de terror...
- Uma ovelha, duas
ovelhas, três ovelhas...
Minha mente não conseguia
formar a imagem de uma ovelha.
- Por favor!
Acalme-se!
Havia algo que
parecia brilhar na escuridão em frente de mim. Eu vi quando eu estava prestes a
fechar os olhos. Respirando fundo, eu olhei para ele. De alguma forma eu vi.
Eu vagamente vi algo
que tinha um pouco de vermelho. Olhei para o pó vermelho que flutuava ao redor
da sala. Embora o brilho fosse muito fraco, eu realmente vi.
- Esta...
Eu acho que eu vi essa
cor várias vezes antes.
- Esta cor é do Bou-san.
Eu me levantei. Eu me
virei, o pó vermelho brilhante estava em volta das janelas e portas... pálidas,
pequenas luzes; pareciam vagalumes.
É o traço de vedação do Bou-san.
- Incrível, é muito
bonito.
Levantei-me. De algum
modo eu senti que em minha volta tinha uma sensação de aconchego.
Eu não estou sozinha.
Todo mundo está me protegendo.
No canto da minha
visão, eu detectei um brilho branco. Do chão havia um grande brilho branco.
Isso foi Lin-san. Devia
ser o selo protetor do Lin-san. Era um selo colocado no primeiro andar, mas ele
realmente produzia esse tipo de brilho.
- Depois disso Masako
desapareceu na segundo andar...
A entrada para o
segundo andar estava aberta.
- Certo!
Quando ouvi esta voz
eu levantei minha cabeça. Naru estava na minha frente.
- Ótimo! Eu estou
finalmente dormindo.
Naru sorriu
levemente. Era o gentil rosto sorridente que só aparecia nos meus sonhos.
Eu balancei a cabeça
e disse:
- Então vamos
começar!
Fim do capítulo 7 e do volume 7
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