quinta-feira, 28 de junho de 2012

Volume 8 - Capítulo 10 - Parte 3


Parte 3

Após a refeição, colocamos os 3 homens para fora e começamos a limpar.
- Acho que terei que procurar um novo emprego.
- Eu posso te contratar como minha assistente. Só que o pagamento não será tão bom como no SPR. - Ayako, que estava polindo os pratos, disse com um sorriso triste.
- Você ganha a vida só de ser uma sacerdotisa, Ayako?
- Mais ou menos, quando eu não tenho o suficiente, a minha família ainda me apoia.
- Certo, sua família é rica, por isso não há necessidade de se casar com um cara rico nem nada.
Ayako deu uma gargalhada.
-. Embora a minha família seja dona de uma casa, não somos donos de um iate. Há pessoas mais ricas do que nós, céus além do céu. Oh he he he he...
- Sua metida!
- Você e eu não somos iguais. Sou uma mulher extravagante.
- Hm!
- Ha ha ha ha ...
- Ayako, você é filha única, certo? Você não tem de continuar a linhagem da família?
- Encontrar um médico bonito e rico, para ser adotado por minha família, isso iria resolver o problema, não é?
Eu olhei para Ayako.
- Você realmente é uma pessoa incrivelmente extravagante e esbanjadora!
- Você não sabe que o Japão é um país com uma grande discrepância entre ricos e pobres?
- Não, eu não! E você, Masako? Você tem irmãos ou irmãs?
Masako, que estava jogando a água das bacias, olhou para mim, com os olhos arregalados.
- Eu não. Por que você perguntou isso?
- Investigação de antecedentes. Porque, pensando sobre isso com cuidado, eu não sei nada sobre a família de vocês.
- É né...
- Se o escritório fechar, eu acho que é possível que não nos encontremos novamente. Então eu quero aproveitar o momento e perguntar.
- Nós não vamos nos encontrar porque o escritório está fechado? Por que você acha isso?
- Não é assim?
- Talvez...
Eu suspirei.
- Eu não sei o número de telefone da sua casa também, Masako.
- E eu não sei o seu endereço de contato, Mai!
- Sim... De fato.
- Mas não é só perguntar?
- Se eu pedisse, você me diria?
Masako suspirou, virou-se e entrou no edifício.
- Então você vai se sentir solitária, Mai. - Ayako disse, sorrindo.
- Sim, eu vou me sentir sozinha, porque eu já acostumei com o bullying de todo mundo. Se um dia vocês não me judiarem mais, eu vou realmente sentir que há algo faltando.
- Judiar de você? Isso não esta certo, está? Se eu me casar com um homem rico, então eu talvez carregue você comigo, como minha empregada doméstica.
- Oferta rejeitada!
No fim das contas... Talvez só somos capazes de convivermos bem no trabalho.
Suspirando profundamente, eu não percebi os passos da Masako quando ela voltou.
- Mai!
- Sim?
Masako segurou minha mão.
- Masako?
- ...
- ...Espere um momento, o que você vai fazer?
- ...
- Hey! Eu estou falando com você! Espere, o que você vai fazer?
- Tudo bem, aqui! - Masako levantou uma caneta esferográfica, sorrindo. Ayako também desatou a rir.
- ... O que você está pensando, Masako?
- Endereço e telefone para contato.
- Você costuma escrever no antebraço de outras pessoas?
- Ah! É melhor anotar na sua blusa, então?
- Eu digo, você ...
Olhando para o meu próprio antebraço, ah ah, ela realmente escreveu com uma letra enorme.
- Dá sua mão!
- Não!
- Se você não fizer isso, então eu vou escrever no seu kimono!
- Eu não quero isso também!
Ela é realmente uma pessoa problemática.
- Sim sim, eu sei!
- Tem papel para anotações em casa.
- ...
- Você se sente envergonhada de trocar contato oficialmente?
Sim, eu finalmente entendi a razão pela qual Masako escreveu seu endereço no meu antebraço. Anotar no papel parece ser muito formal, como se dizendo: ‘por favor entre em contato comigo’. Assim, ela se sentiria muito envergonhada, os outros também provavelmente se sentem assim. Este tipo de amizade envergonhada também existe.
- Eu acho que todo mundo está pensando assim!
- Provavelmente...
- Pelo menos, é o que eu acho. Eu queria ter enviado cartões de Ano Novo, mas porque não tive coragem de pedir os endereços, eu desisti.
Na verdade, há uma tradição de enviar cartões de Ano Novo.
- John disse algo semelhante. - Ayako disse.
- Como?
- Ele disse que queria enviar cartões de Natal a todos, mas achou que era um pouco estranho para pedir os contatos só agora...
Sim... sim, poderia ser assim.
- É uma relação estranha.
- De fato!
- Concordo!

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