Parte 3
Após a refeição, colocamos os 3 homens
para fora e começamos a limpar.
- Acho que terei que procurar um novo
emprego.
- Eu posso te contratar como minha
assistente. Só que o pagamento não será tão bom como no SPR. - Ayako, que
estava polindo os pratos, disse com um sorriso triste.
- Você ganha a vida só de ser uma sacerdotisa,
Ayako?
- Mais ou menos, quando eu não tenho o
suficiente, a minha família ainda me apoia.
- Certo, sua família é rica, por isso não
há necessidade de se casar com um cara rico nem nada.
Ayako deu uma gargalhada.
-. Embora a minha família seja dona de uma
casa, não somos donos de um iate. Há pessoas mais ricas do que nós, céus além
do céu. Oh he he he he...
- Sua metida!
- Você e eu não somos iguais. Sou uma
mulher extravagante.
- Hm!
- Ha ha ha ha ...
- Ayako, você é filha única, certo? Você
não tem de continuar a linhagem da família?
- Encontrar um médico bonito e rico, para
ser adotado por minha família, isso iria resolver o problema, não é?
Eu olhei para Ayako.
- Você realmente é uma pessoa incrivelmente
extravagante e esbanjadora!
- Você não sabe que o Japão é um país com
uma grande discrepância entre ricos e pobres?
- Não, eu não! E você, Masako? Você tem
irmãos ou irmãs?
Masako, que estava jogando a água das
bacias, olhou para mim, com os olhos arregalados.
- Eu não. Por que você perguntou isso?
- Investigação de antecedentes. Porque,
pensando sobre isso com cuidado, eu não sei nada sobre a família de vocês.
- É né...
- Se o escritório fechar, eu acho que é
possível que não nos encontremos novamente. Então eu quero aproveitar o momento
e perguntar.
- Nós não vamos nos encontrar porque o
escritório está fechado? Por que você acha isso?
- Não é assim?
- Talvez...
Eu suspirei.
- Eu não sei o número de telefone da sua
casa também, Masako.
- E eu não sei o seu endereço de contato,
Mai!
- Sim... De fato.
- Mas não é só perguntar?
- Se eu pedisse, você me diria?
Masako suspirou, virou-se e entrou no
edifício.
- Então você vai se sentir solitária, Mai.
- Ayako disse, sorrindo.
- Sim, eu vou me sentir sozinha, porque eu
já acostumei com o bullying de todo mundo. Se um dia vocês não me judiarem
mais, eu vou realmente sentir que há algo faltando.
- Judiar de você? Isso não esta certo, está?
Se eu me casar com um homem rico, então eu talvez carregue você comigo, como
minha empregada doméstica.
- Oferta rejeitada!
No fim das contas... Talvez só somos
capazes de convivermos bem no trabalho.
Suspirando profundamente, eu não percebi os
passos da Masako quando ela voltou.
- Mai!
- Sim?
Masako segurou minha mão.
- Masako?
- ...
- ...Espere um momento, o que você vai
fazer?
- ...
- Hey! Eu estou falando com você! Espere,
o que você vai fazer?
- Tudo bem, aqui! - Masako levantou uma
caneta esferográfica, sorrindo. Ayako também desatou a rir.
- ... O que você está pensando, Masako?
- Endereço e telefone para contato.
- Você costuma escrever no antebraço de
outras pessoas?
- Ah! É melhor anotar na sua blusa, então?
- Eu digo, você ...
Olhando para o meu próprio antebraço, ah
ah, ela realmente escreveu com uma letra enorme.
- Dá sua mão!
- Não!
- Se você não fizer isso, então eu vou
escrever no seu kimono!
- Eu não quero isso também!
Ela é realmente uma pessoa problemática.
- Sim sim, eu sei!
- Tem papel para anotações em casa.
- ...
- Você se sente envergonhada de trocar contato
oficialmente?
Sim, eu finalmente entendi a razão pela qual
Masako escreveu seu endereço no meu antebraço. Anotar no papel parece ser muito
formal, como se dizendo: ‘por favor entre em contato comigo’. Assim, ela se
sentiria muito envergonhada, os outros também provavelmente se sentem assim.
Este tipo de amizade envergonhada também existe.
- Eu acho que todo mundo está pensando assim!
- Provavelmente...
- Pelo menos, é o que eu acho. Eu queria
ter enviado cartões de Ano Novo, mas porque não tive coragem de pedir os
endereços, eu desisti.
Na verdade, há uma tradição de enviar
cartões de Ano Novo.
- John disse algo semelhante. - Ayako
disse.
- Como?
- Ele disse que queria enviar cartões de
Natal a todos, mas achou que era um pouco estranho para pedir os contatos só
agora...
Sim... sim, poderia ser assim.
- É uma relação estranha.
- De fato!
- Concordo!
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