quarta-feira, 20 de junho de 2012

Volume 8 - Capítulo 9 - Parte 3


 Parte 3

- Juntos? - Foi a criança que segurava a minha mão que falou.
- Sim. Qual é seu nome?
- Sugiura Ayano.
Ayano endireitou as costas, ele levantou-se sem que eu percebesse. A mão antes fina, tinha virado um pouco cheinha, e senti que estava mais suave.
- Ayano-chan, você ama seu pai?
- Sim, eu amo!
- Você ama sua mãe?
- Muito!
- Eu também amo os meus amigos, você também?
- Eu também...
- É. Você ama sensei também?
- Eu o amo muito!
Eu sorri.
- Porque sensei é um professor gentil e bom, certo?
- É!
Eu conseguia ver o rosto de uma menina sobreposta ao espírito.
- Mas ele é muito assustador quando ele fica irritado!
- Mas sensei sabe como fazer as barras horizontais!
- Mas ele é desafinado!
Eu sorri, e olhou para as crianças na sala de aula.
- Todo mundo adora o sensei, certo?
Imediatamente todos responderam em uníssono: nós amamos sensei!
- Se sensei desaparecesse, vocês se sentiriam solitário, certo? Vocês não querem que isso aconteça, certo?
Os rostinhos assentiram.
- Existem pessoas que também se sentem assim. Todas as crianças que vieram para cá como estudantes transferidos também.
Todo mundo ficou em silêncio.
- Todo mundo trouxe as crianças aqui por causa da solidão, né? Mas as crianças que foram trazidas para cá também tem professores a quem amam. Portanto, não façam mais isso.
As crianças estavam sentadas em seus lugares, a sala de aula cheia de luar.
- Porque eu tenho os meus companheiros, apesar de não ter mais os meus pais por perto, eu não me sinto solitária. Vocês todos estão aqui com Kirishima sensei e se tornaram uma classe. Vocês estão sozinhos?
- De jeito nenhum!
Ouvindo aquela voz, eu me virei. Foi Tsumura.
Acariciei sua cabeça.
- Você é realmente incrível. Porque Tsumura é um menino esperto!
- É! - Tsumura sorriu. Olhei para Kirishima sensei. Eu não via mais a aparência de um fantasma, apenas um homem de cabeça baixa.
- Todos realmente te amam muito, sensei.
- ...
- Seu amado sensei existe nesse mundo, e esse mundo existe para vocês por causa do amor do sensei por vocês. E isso é uma coisa incrível! Não é assim?
- Sim!
Sensei ficou em silêncio por um longo tempo antes de dizer uma única linha:
- .... Talvez eu esteja fazendo uma coisa terrível.
- ... Sim.
Quando eu balancei a cabeça, uma luz brilhou atrás de mim. Virei-me e uma luz clara brilhava através da fenda entre as portas. Abri a porta. Era tão brilhante quanto o dia.
Fora da porta não era o corredor, mas um campo; com uma grama verdinha, suave, que se estendia infinitamente, a luz clara brilhava a partir dos céus.
Waah! - Eu ouvi as exclamações das crianças.
Sensei olhou para fora, depois ao redor da sala de aula.
- Crianças, você querem fazer uma viagem para o campo?
Era um barulho de alegria.
- Mas... Eu não quero ir de ônibus até lá. - Mariko falou, inquieta.
- Não, não vamos tomar um ônibus. Vamos caminhando até lá!
Kirishima-sensei sorriu enquanto caminhava em direção à porta. Eu silenciosamente fui para o espaço vazio ao lado.
Sensei situou-se na lateral da porta.
- Estamos indo. As crianças mais novas devem segurar nas mãos das crianças mais velhas. Prestem atenção para não se perderem.
- Eba! - as crianças comemoravam felizes.
Sensei olhou para eles, e então ele estendeu a mão para Ayano, que não soltava a minha mão.
- Ayano chan, é hora de ir também!
- Sim!
Ayano largou a minha mão e segurou a do sensei. Ela deu alguns passos, em seguida, virou-se e acenou para mim.
- Nee-san, bye bye!
- Bye bye!
Kirishima sensei acenou para mim, então, segurando a mão da Ayano, saiu da sala de aula.
A porta se fechou. - Eu era a única que restava na sala de aula.
Apenas a poeira que cobria piso, cadeiras e mesas foram deixados na sala de aula vazia inundado com a luz azul pálido da lua.
Eu chorei... Mas não eram definitivamente lágrimas de tristeza.

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