quinta-feira, 14 de junho de 2012

Volume 8 - Capítulo 9 - Parte 1


Ghost Hunt: Volume 8

Capítulo 9: 14 de agosto, 00:00 ~ 01:00

Parte 1

De repente, voltei ao meu corpo. Olhando em volta, após recobrar a consciência, ainda estava escuro como breu. Então olhei para mim mesma: eu estava esparramada de forma extremamente deselegante.
- Eu falhei. Eu estraguei tudo.
Eu não acho que falei uma palavra que pudesse persuadir alguém tão obstinado quanto ele.
- ...Kirishima-sensei.
Eu entendia sua dor, mas eu não podia deixar as coisas desse jeito.
Ele ficou muito bravo. Como eu poderia persuadí-lo agora? Ele acredita que estão bem. Não tem como estarem bem daquele jeito. Presos. Eternamente solitários. Eles estão tão sozinhos que para escaparem dessa solidão... Eles recrutaram amigos, mas isso não lhes deu qualquer conforto.
Mas Kirishima sensei era uma pessoa realmente gentil. Para ele, aquelas crianças eram as coisas mais preciosas no mundo. E foi por elas que ele se transformou em uma pessoa obstinada.
Eu compreendia seus sentimentos. Eu também não quero deixar esse prédio sem todos os meus amigos junto comigo.
O que eu posso fazer?
Neste momento, lembrei-me das palavras de Naru, eu tinha me esquecido completamente. Eu realmente sou uma idiota.
Naru tinha claramente mencionado que eu tinha que sentir compaixão e não piedade.
Bati minha cabeça. Era isso! Eu tinha que preenchê-los com a luz.
- Isso é o que vou fazer! - Eu disse a mim mesma, me levantando. - Certo! Vou tentar de novo!
A sala de aula! Lá que eu deveria ir. Assim minha voz seria capaz de alcançar a todos, Kirishima-sensei e as crianas.
Na escuridão, eu tateava meu caminho descendo as escadas, ouvi um pequeno barulho. Parei. Depois de permanecer em espera por um momento, uma pequena figura negra apareceu pela parede. Meu coração batia um pouco mais rápido.
Havia 3 figuras que apareceram pelo canto. Embora eles aparentemente tivessem tamanho de crianças, elas eram parecidas com figuras distorcidas. Cabeças pequenas, membros finos como gravetos e a barriga desproporcionalmente grande, eu não sei se era porque as pernas finas não conseguiam suportar o corpo, mas as crianças apareceram curvadas e andavam com uma postura estranha usando as mãos.
Perigo!
Eu não sei se a precaução é um 'sentimento' positivo ou negativo.
Eu respirei profundamente, me acalmando.
- Ne! Vamos para a sala de aula juntos.
Aproximei-me hesitante. As figuras pararam.
- Isso é... Vocês estão indo de volta para a sala de aula?
Agachei-me. Eu não precisava sentir medo. Se as pessoas têm um ‘corpo’ e um ‘espírito’, então aquelas abominações eram na verdade apenas crianças sem corpos.
Eu realmente amo as crianças.
Lembrei-me das inúmeras crianças que eu havia encontrado enquanto trabalhava para a SPR e não podia deixar de sorrir.
Enquanto estávamos em Noto eu tinha também encontrado algumas crianças. Enquanto esperava Naru receber alta do hospital, nos tornamos bons amigos. Quando estávamos indo embora, eles ficaram tristes, mas quando eu disse que voltaríamos a nos encontrar, eles sorriram. O que será que todo mundo está fazendo agora?
Hm, a essa hora, eles devem estar dormindo.
Um sorriso verdadeiro apareceu no meu rosto.
- Se vocês estão indo para a sala de aula? Vamos juntos?
As crianças inclinaram a cabeça ligeiramente pensativas. Esse gesto é realmente algo único das crianças... É realmente fofo.
- Eu quero encontrar os outros alunos na classe. E também o Kirishima sensei. Eu fiz algo ruim, então eu quero pedir desculpas a eles.
Como esperado, as crianças ainda estavam com suas cabeças inclinadas, indecisas, não deram um passo.
As crianças trocaram olhares, então uma delas se moveu, em direção à escada, e fez um movimento que eu podia seguí-las. Os outros dois também começaram a se mover.
- Obrigada!
Desci as escadas, sem me preocupar muito... Nenhuma das crianças tinha qualquer intenção de me machucar. Na verdade, essa inocência é o que há de mais precioso em crianças.
Havia outras duas crianças no vestíbulo. Elas sorriram enquanto caminhavam em direção à sala de aula, em seguida, começaram a saltitar. Havia cerca de 10 crianças ao meu redor, e elas pareciam muito felizes. Neste momento, a menor criança ao meu lado estendeu a mão frágil e me puxou.
No momento que a mão-graveto tocou a minha, o meu coração se encheu de ternura.

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