Ghost Hunt: Volume 8
Capítulo 9: 14 de agosto, 00:00 ~ 01:00
Parte 1
De repente, voltei ao meu corpo. Olhando
em volta, após recobrar a consciência, ainda estava escuro como breu. Então
olhei para mim mesma: eu estava esparramada de forma extremamente deselegante.
- Eu falhei. Eu estraguei tudo.
Eu não acho que falei uma palavra que
pudesse persuadir alguém tão obstinado quanto ele.
- ...Kirishima-sensei.
Eu entendia sua dor, mas eu não podia deixar
as coisas desse jeito.
Ele ficou muito bravo. Como eu poderia
persuadí-lo agora? Ele acredita que estão bem. Não tem como estarem bem daquele
jeito. Presos. Eternamente solitários. Eles estão tão sozinhos que para escaparem
dessa solidão... Eles recrutaram amigos, mas isso não lhes deu qualquer conforto.
Mas Kirishima sensei era uma pessoa
realmente gentil. Para ele, aquelas crianças eram as coisas mais preciosas no
mundo. E foi por elas que ele se transformou em uma pessoa obstinada.
Eu compreendia seus sentimentos. Eu também
não quero deixar esse prédio sem todos os meus amigos junto comigo.
O
que eu posso fazer?
Neste momento, lembrei-me das palavras de
Naru, eu tinha me esquecido completamente. Eu realmente sou uma idiota.
Naru tinha claramente mencionado que eu tinha
que sentir compaixão e não piedade.
Bati minha cabeça. Era isso! Eu tinha que
preenchê-los com a luz.
- Isso é o que vou fazer! - Eu disse a mim
mesma, me levantando. - Certo! Vou tentar de novo!
A sala de aula! Lá que eu deveria ir.
Assim minha voz seria capaz de alcançar a todos, Kirishima-sensei e as crianas.
Na escuridão, eu tateava meu caminho
descendo as escadas, ouvi um pequeno barulho. Parei. Depois de permanecer em
espera por um momento, uma pequena figura negra apareceu pela parede. Meu
coração batia um pouco mais rápido.
Havia 3 figuras que apareceram pelo canto.
Embora eles aparentemente tivessem tamanho de crianças, elas eram parecidas com
figuras distorcidas. Cabeças pequenas, membros finos como gravetos e a barriga
desproporcionalmente grande, eu não sei se era porque as pernas finas não conseguiam
suportar o corpo, mas as crianças apareceram curvadas e andavam com uma postura
estranha usando as mãos.
Perigo!
Eu não sei se a precaução é um 'sentimento'
positivo ou negativo.
Eu respirei profundamente, me acalmando.
- Ne! Vamos para a sala de aula juntos.
Aproximei-me hesitante. As figuras pararam.
- Isso é... Vocês estão indo de volta para
a sala de aula?
Agachei-me. Eu não precisava sentir medo. Se
as pessoas têm um ‘corpo’ e um ‘espírito’, então aquelas abominações eram na
verdade apenas crianças sem corpos.
Eu
realmente amo as crianças.
Lembrei-me das inúmeras crianças que eu
havia encontrado enquanto trabalhava para a SPR e não podia deixar de sorrir.
Enquanto estávamos em Noto eu tinha também
encontrado algumas crianças. Enquanto esperava Naru receber alta do hospital,
nos tornamos bons amigos. Quando estávamos indo embora, eles ficaram tristes,
mas quando eu disse que voltaríamos a nos encontrar, eles sorriram. O que será
que todo mundo está fazendo agora?
Hm, a essa hora, eles devem estar
dormindo.
Um sorriso verdadeiro apareceu no meu
rosto.
- Se vocês estão indo para a sala de aula?
Vamos juntos?
As crianças inclinaram a cabeça
ligeiramente pensativas. Esse gesto é realmente algo único das crianças... É
realmente fofo.
- Eu quero encontrar os outros alunos na
classe. E também o Kirishima sensei. Eu fiz algo ruim, então eu quero pedir
desculpas a eles.
Como esperado, as crianças ainda estavam
com suas cabeças inclinadas, indecisas, não deram um passo.
As crianças trocaram olhares, então uma
delas se moveu, em direção à escada, e fez um movimento que eu podia seguí-las.
Os outros dois também começaram a se mover.
- Obrigada!
Desci as escadas, sem me preocupar muito...
Nenhuma das crianças tinha qualquer intenção de me machucar. Na verdade, essa
inocência é o que há de mais precioso em crianças.
Havia outras duas crianças no vestíbulo.
Elas sorriram enquanto caminhavam em direção à sala de aula, em seguida, começaram
a saltitar. Havia cerca de 10 crianças ao meu redor, e elas pareciam muito
felizes. Neste momento, a menor criança ao meu lado estendeu a mão frágil e me
puxou.
No momento que a mão-graveto tocou a
minha, o meu coração se encheu de ternura.
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