Então aqui vai o Prólogo.
Volume 4 – Solitários
Espíritos do Mal
Prólogo
"Hu..."
Eu não pude evitar suspirar alto ao abrir o
jornal e olhar as manchetes, enquanto apoiava meu queixo nas mãos.
Na terceira página do jornal, uma manchete em
negrito anunciava: “35 Estudantes sofrem de Histeria em Massa”.
Esse incidente ocorreu no dia anterior num
colégio público em Chiba. Aparentemente um estudante reclamou durante a aula,
que seu pé tinha sido mordido por um cachorro preto que não podia ser visto a
olho nu. Isso causou uma grande confusão.
"Ah..."
Eu sou Taniyama Mai, uma estudante de dezesseis
anos. Embora isso seja de conhecimento geral, eu sou uma estudante comum e
correta (isso é verdade!) eu só tenho um trabalho de meio expediente estranho. E
é nesse trabalho estranho que eu estou lendo os jornais – “Shibuya Psych
Research”.
Localizado em um escritório em Shibuya, Tóquio,
“Shibuya Psychic Research” é uma empresa que investiga incidentes paranormais.
Isso é, nós investigamos fantasmas e super poderes, e outros fenômenos sobrenaturais.
Trabalhando num lugar como esse, há momentos em
que eu tenho que trabalhar em casas assombradas. É claro que, todos deveriam
experimentar tudo que puderem na vida. Como conhecer fantasmas, e fazer amizade
com garotas com poderes psíquicos, para citar algumas.
Entretanto, mesmo para alguém tão vivido quanto eu,
o artigo ainda me interessou.
Enquanto eu estava relendo o artigo pela
centésima vez, Chiaki, uma veterana, me interrompeu.
"EEEE aí, Mai?" Disse Chiaki,
levantando a cabeça de seu livro e olhando para mim.
Kasai Chiaki tem dezoito anos – e é uma estudante
num colégio para garotas com poderes psíquicos em Tóquio. Apesar de ela ser
habilidosa em dobrar colheres, era um pouco depressiva. Para se livrar de sua
depressão, ela se submeteu a um treinamento no "Shibuya Psychic Research".
"O que aconteceu?"
Em resposta à pergunta dela, eu mostrei o artigo
interessante.
"Olha isso. Fala daquele Colégio Ryokuryou
de novo."
Colégio Ryokuryou. Um colégio que apareceu muito
nos jornais na semana passada.
"Eles de novo? O que aconteceu dessa vez?"
"Eles dizem que alguém foi mordido por um
cachorro preto e causou confusão numa sala de aula."
"Cachorro?"
"É. Embora o professor não tenha visto ele,
os estudantes afirmam que foram mordidos e causaram uma balbúrdia. Além disso,
entre aqueles que afirmavam terem sido mordidos, alguns tinham, o que pareciam ser
ferimentos causados por uma mordida de cachorro ou algo similar."
"Ah... E a causa?"
"Foi explicado como histeria em massa. 'Nós
acreditamos que devido à recente série de ocorrências inexplicáveis na mesma
escola, alguns estudantes agitados tiveram uma leve histeria, e espalharam essa
histeria para outros estudantes. ' É o que eles dizem."
"Mas, ninguém foi prejudicado? O que
significa isso?"
"Não foi explicado."
"Esqueça isso. Isso é algo comum."
Dentro de um mês, o Colégio Ryokuryou esteve nos
jornais mais quatro vezes.
"Qual foi o primeiro incidente?"
"Absentismo em massa."
O primeiro incidente foi: todas as garotas de certa
turma afirmaram que havia fantasmas e se recusaram a ir à escola.
A próxima reportagem foi sobre envenenamento em
massa. Cerca de metade dos alunos de uma turma, de repente, se sentiram
enjoados e indispostos. Embora parecesse um envenenamento alimentar, a
conclusão foi que não era. A verdadeira razão pra esse incidente ainda é
desconhecida.
Chiaki rolou seus olhos.
"Eh... E o próximo incidente foi incêndios
em salas fechadas?"
"É como você diz. Desde o outono, houve uma
série de incêndios nas salas fechadas do fundamental. Quando a história vazou,
rapidamente publicaram nos jornais. "
"Não eram incêndios culposos?"
"Sobre isso, dizem que os professores
tomavam conta. Eles até colocaram trancas nas portas. Ninguém deveria conseguir
entrar, mas os incêndios continuaram a acontecer."
Enquanto eu dizia isso, peguei uma tesoura para
cortar a notícia problemática. Enquanto cortava, continuei,
“E a próxima ocorrência foi os quarto incidentes
sobre exorcismo”.
"Os estudantes pensaram que tinha alguma
coisa assombrando a escola, e tentaram um exorcismo." Chiaki contava em
seus dedos.
"Algum tempo atrás, houve um estudante que
cometeu suicídio."
"É, num período de nove meses atrás, teve um
estudante que cometeu suicídio. Aparentemente, os alunos acreditam que o
espírito desse estudante estava assombrando a escola. Eles se reuniram no
fundamental para exorcizar o espírito, mas os professores os impediram. No
final, o exorcismo virou uma briga."
"Então, esse é o quinto incidente?"
Chiaki olhou para os meus recortes. Nesse
momento, alguém falou atrás de nós, repentinamente.
"Que quinto incidente?"
Quando nós olhamos para a porta, de onde a voz
veio, vimos Taka tirando seu casaco.
Taka, cujo nome complete é Takahashi Yuuko, tem
dezessete anos, uma veterana de uma turma mais nova que a de Chikai. Embora nós
tenhamos encontrado ela pela primeira vez quando ela pediu a ajuda do "Shibuya
Psychic Research", recentemente ela está fazendo alguns trabalhos
estranhos aqui.
Taka se apressou e olhou para os itens em nossas
mãos.
"O que é isso?"
Chiaki mostrou os recortes de jornal para Taka.
"Colégio Ryokuryou. Outro incidente
aconteceu."
"Eles de novo? Incrível!"
Eu concordei com as palavras de Taka.
"Você acha? Se esse é o caso, então isso é
inacreditável mesmo."
"Exatamente."
Chiaki estava chocada.
"Inacreditável?"
Eu assenti.
"Por causa desse suposto incidente inexplicável…"
"Ou melhor, estranha ocorrência..."
"Pra ser mais exato, fenômeno paranormal. Esse
tipo de coisa tende a não ser muito discutido em público, e acontece sem
ninguém notar. Vocês não acham?"
"Sim. Como com o incidente que aconteceu na
nossa escola – no fim não foi tornado de conhecimento público."
"É. Mas pra eles, a manchete está impressa
de forma ousada nos jornais."
"E eles ainda estão nos noticiários da
televisão."
"É realmente inacreditável."
"Sim."
Chiaki olhou para nós, desistindo de argumentar
comigo e Taka, que estava assentindo em concordância.
"... é assim mesmo."
"É exatamente assim."
Ainda sacudindo a cabeça, Taka agarrou minha
caneca.
"Por favor!"
"Esqueça."
Dizendo isso, eu terminei de beber a água que
restava na caneca.
"Entretanto, o chefe não está interessado.
Um incidente grande como esse é uma oportunidade de nos tornar famosos da noite
para o dia."
Chiaki e eu estávamos chocadas com as palavras de
Taka.
"... Por que você diz isso?"
"Ah? Você não ouviu isso do chefe?"
Eu não tinha ouvido nada sobre isso – nada dessa
natureza.
"Ele veio ontem – o diretor do Colégio
Ryokuryou."
O quê?!
"He, he..." riu Taka.
"O fato é, nossa empresa é famosa entre a
comunidade educacional. Apenas preste atenção nisso: nós não resolvemos casos
tanto na escola de Mai quanto na minha? Logo, ele veio com uma solicitação."
Oh... Então foi assim.
Suspiro... Porque eu tive que fazer algo na
escola ontem, eu pedi licença do trabalho, e lamentavelmente perdi esse
acontecimento. Eu, pelo menos, queria ver o rosto do diretor… Embora isso não
importe realmente.
Chiaki sussurrou,
"E então, o que aconteceu? Ele foi recusado?"
"É. Foi uma rejeição imediata. O chefe disse
que não gostava de incidentes de grande publicidade."
Isso era um desperdício.
Chiaki pensava o mesmo.
"É lamentável ele ter feito isso."
"Exatamente. Se nós resolvermos um grande
caso, a empresa iria disparar para a fama instantânea. Nós seríamos
entrevistadas pela mídia e outras coisas."
"O chefe também seria uma celebridade
instantânea."
"Sim. O chefe é realmente bonito, então é
provável que ele fosse ter um fã-clube."
... Como... Como se isso fosse acontecer. Não… Eu
não estou certa sobre isso. De qualquer forma, ele só é bonito na aparência. A
personalidade dele é realmente terrível.
Enquanto isso passava pela minha mente, Taka e
Chiaki olharam para mim significativamente.
"...o quê?!"
"Ótimo, ele rejeitou o diretor." Taka declarou
o fato de maneira delicada.
"Sim, sim. Desse jeito nós não vamos
conseguir nenhuma nova rival."
Até Chiaki era uma.
Não vamos falar mais sobre isso – a pessoa em
questão está na sala ao lado – o que nós faremos se ele ouvir sem querer?
O chefe do "Shibuya Psychic Research",
Shibuya Kazuya, surpreendentemente tem dezessete anos. Mesmo sendo muito jovem,
ele tem um escritório de classe alta no maior bairro de empresas. Ele é bonito
e talentoso, e é tão narcisista, que nem Buda iria descalço para conhecê-lo. Eu
o chamo pelo apelido de Naru.
Além disso, tem uma mulher (Eu não devo revelar o
nome dela, para preservar sua reputação) que pediu para sair com ele; a quem
aquele bastardo respondeu: "Eu realmente sinto muito, mas eu estou acostumado
a me olha no espelho." Isso é, "Eu estou acostumado a ver tanta
beleza no meu próprio reflexo, que eu não vou sair com alguém do seu tipo.”.
Sem brincadeira. Se eu fosse a pessoa que recebeu
essa resposta, até o suicídio seria uma opção viável. – Algumas vezes eu penso
profundamente sobre essa situação.
Alguém abriu a porta do escritório. Na entrada
estava parado, um garoto da minha idade. De forma sincera, para aqueles que o
receberam, ele disse, com grande dificuldade, "Eu sou Yasuhara do Colégio
Ryokuryou."
Quando ele viu o homem bonito que vindo do
escritório do chefe, Yasuhara ficou realmente chocado. Não importa, isso é uma
coisa comum. De todos os clientes desse dia, Yasuhara foi o que se recuperou do
choque mais rápido.
Com uma expressão ansiosa, Yasuhara se curvou
(*cumprimento japonês) para Naru que estava sentado do outro lado.
"Eu sou o presidente do conselho estudantil
do Colégio Ryokuryou, Yasuhara Osamu. Isto -"
Ele pegou um monte de papéis de sua mochila e
entregou a Naru.
"Eu coletei uma petição entre os estudantes.
Eu represento todo o corpo estudantil para pedir um favor a você."
Yasuhara dobrou seu corpo alto e se curvou
profundamente para Naru.
"Por favor, aceite a solicitação de nosso
diretor."
Naru pegou a petição e colocou-a sobre a mesa.
Com os dedos pálidos apertados, ele descansou a mão sobre o joelho.
"Com relação a essa situação, eu já recusei
seu diretor ontem." Yasuhara olhou diretamente para Naru.
"Eu sei. Eu já sabia de sua rejeição. Mas mesmo
assim, eu gostaria de pedir a sua ajuda." Yasuhara disse sério.
"Como você sabe, a situação na escola é
realmente séria. Mas o que mais assusta todo mundo é a atenção da mídia. No
começo era só um rumor estranho; Agora a situação mudou tanto que pessoas estão
se machucando. Se isso continuar, quem sabe o que pode acontecer. Por favor,
nos ajude."
Naru pensou por um momento, e respondeu,
"Para dizer a verdade, eu estou muito
interessado na situação do Colégio Ryokuryou. Mas eu preferiria evitar a atenção
da mídia."
"Eu entendo aonde você quer chegar. Agora
mesmo, eu sou um dos que estão tendo problemas com isso. Portanto, eu espero,
de verdade, que essa situação possa ser resolvida o mais rápido possível.
Atualmente, horríveis rumores estão percorrendo toda a escola. Todos nos
sentimos inquietos e inseguros, e a atmosfera é sombria. Essa petição…”.
Yasuhara olhou a petição sobre a mesa.
"Isto foi coletado essa manhã, entre o
período em que ouvi sobre sua recusa e a hora em que sai da escola para pedir
que você reconsiderasse. Só levou metade de um dia. E apesar do pouco tempo,
nós recolhemos muitas assinaturas."
Dito isso, ele se curvou novamente.
"Nós realmente precisamos da sua ajuda. Por
favor – você precisa nos ajudar."
Naru pensava profundamente.
Eu fiquei do lado, ansiosa; concordar em ajudar
resolveria tudo. Entretanto, eu permaneci quieta. Naru não era o tipo que
ouviria a mim ou a qualquer um e mudaria de ideia.
Naru fechou seus olhos pretos e pensou no caso
sem se mover; Yasuhara observava Naru quieto. Logo, Naru abriu os olhos e se
virou para mim.
"Mai, ligue para o Colégio Ryokuryou."
Meu coração voou de felicidade.
"Diga ao diretor que se ele ainda não
escolheu um investigador substituto, nós aceitaremos sua solicitação..."
Sim! É assim que se fala!
*Obs: No nome de Chiaki, Mai geralmente inclui a
expressão senpai, que significa veterano. Omiti isso para que não ficasse
redundante.
Eeeh! Bem vinda Aline!!!
ResponderExcluirEu que agradeço por você estar ajudando a completar a tradução do GH!!
Bjs Susi
Muito obrigada, bjaoo...
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