quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Volume 4 - Capítulo 1 - Parte 1

Capítulo 1 – Não brinquem com espíritos, crianças.

1


Nós partimos para o Colégio Ryokuryou. Esse era o segundo dia.
Ficava a três horas do escritório indo de carro. Depois de passar por Funabashi e Chiba, com uma vista de Yokosuka, que circundava o oceano, era onde ficava o colégio.
Dessa vez os investigadores incluíam Naru, seu assistente Lin-san e eu. Lamentavelmente Taka e Chiaki permaneceram no escritório.
E estavam lá também os quarto psíquicos usuais.
Bou-san, John, a Sacerdotisa e Masako.
Embora esses membros tenham trabalhado juntos algumas com frequência no passado, esse foi o primeiro caso que iniciamos com a intenção de cooperar. A coisa mais chocante é que dessa vez, Naru os contatou, dizendo “Eu espero ter sua ajuda”.
Depois de checar a agenda de todos, fizemos nossos planos. Os primeiros a entrar na escola foi Naru, Bou-san e eu. Baseados em nossas investigações preliminares, nós discutiríamos que equipamentos íamos precisar e Lin-san e a Sacerdotisa os trariam. Masako e John tinham planos que não podiam desmarcar, e viriam no dia seguinte.
O Colégio Ryokuryou é uma escola meio desagradável.
Embora eu diga isso, não significa que seja um lugar esquisito ou algo assim.
Primeiro, quando chegamos ao portão dos fundos no horário marcado, tinha um professor esperando pela gente. No entanto, a atitude daquele professor era terrível. Mesmo quando o cumprimentamos, ele nem mesmo nos respondeu com um aceno de cabeça.
Depois de entrar pelo portão dos fundos, o professor nos levou para o escritório do diretor. O diretor era ainda pior. A atitude dele era incrivelmente arrogante, seu tom muito mal educado. Além disso, embora tenha requisitado nossos serviços, ele não confiava na gente e não fez nenhuma tentativa de esconder isso.
E depois, o golpe final foi nosso guia, o professor Matsuyama.
"Você é o chefe?" ele perguntou a Naru enquanto nos levava para a sala de reuniões, que seria nosso quartel-general durante as investigações.
Como aquela pessoa podia falar desse jeito com alguém que acabara de conhecer?!
O professor Matsuyama olhou para nós com se nos julgasse - "Toda essa comoção sobre espíritos – não há nada mais estúpido e sem sentido." – e jogou essa frase de repente.
Aquele bastardo, quem ele pensa que és?
O professor Matsuyama nos encarou visivelmente com desprezo enquanto estávamos muito chocados para responder. Por fim, seu olhar se fixou em Naru.
"Quantos anos você tem afinal?", ele perguntou.
"Dezessete."
"E o ensino médio?"
"Por favor, use sua imaginação."
O professor Matsuyama bufou, sorrindo com isso e virou sua cabeça para me olhar.
"E você?"
"Dezesseis. Primeiro ano do ensino médio."
"Você não tem escola hoje? Negligente da sua parte, não? Onde é sua escola? Vamos ouvir isso."
Então, e se ele souber em qual colégio eu estudo? Contatar a escola e fazer com que eles me desmereçam? Primeiramente, mesmo se eu disser o nome da escola, você ao menos vai saber onde é a escola?
"Eu já consegui permissão da minha escola."
Quando eu disse isso, o professor Matsuyama me lançou um olhar preenchido de ódio.
"É uma escola bem indulgente, para ser tão relaxada."
Não enfie seu nariz nos assuntos escolares de outras pessoas. Eu realmente gosto muito da minha escola.
Matsuyama (Vou falar dele sem um honorífico de agora em diante) se apressou pelos corredores da escola.
"Acreditar no sobrenatural é uma moda recente; quando alguém pensa assim, o outro fica preguiçoso, e logo, vira algo popular. Quando pestinhas, que nem completaram seu estudo obrigatório se comprometem com esse tipo de crença sobre super poderes e ÓVNIS, eles usam essas coisas que não existem para escapar da realidade. E depois, tiram vantagem da situação, se misturando com vigaristas. A juventude de hoje em dia por nenhuma boa razão, não podem fazer nenhum trabalho de confiança."
...Vigaristas. Ele estava se referindo a nós? Como ele se atreve a nos chamar, trabalhadores comportados e honestos, de vigaristas?!
Vamos Naru, se apresse e responda a ele. Quando, se não agora, você vai usar sua lingual normalmente venenosa?
Mas Naru estava em silêncio. Mesmo Bou-san não respondeu.
Matsuyama riu, zombando de nós.
"Recentemente, entre essas fraudulentas novas religiões, parece que até garotas foram implicadas nessas situações maliciosas, certo?"
Hmph... Logo quando eu estava prestes a expressar meu desprazer, Bou-san começou a falar com um tom raro, quieto e extremamente educado.
Bou-san, Takigawa Housou, idade 25, é um monge de Mt. Koya. Ele tem um trabalho durante o dia, como músico de estúdio. Ele administra atividades de bandas por um lado, e é um usuário de poder psíquico do outro. Em outras palavras, ele é multitalentoso.
"Se estamos falando sobre a recente pequena escala popular de grupos religiosos, acho que é mais justo chamá-los de Novas Religiões Ascendentes."
"O quê?"
Matsuyama o encarou, não preparado para esse ataque.
Bou-san continuou seu ato e disse, “isso é, para dizer, recente – no que eles chamam de Terceira Era da Religião, na qual nos estamos no meio; sobre o rápido aumento de grupos da geração baseada na feitiçaria, eles deveriam ser chamados de Novas Religiões Ascendentes, para ser mais exato."
Matsuyama parecia que estava prestes a dizer alguma coisa, Bou-san não lhe deu a chance de interromper.
"E se estamos discutindo essas Novas Religiões Ascendentes, essas são as que vieram cronologicamente depois da Segunda Era da Religião. Isso é de conhecimento geral."
"Esses pequenos detalhes não importam!" urrou Matsuyama. Bou-san deu um sorriso satisfeito.
"É isso aí. Mas, você não acha que argumentos baseados em conhecimentos errôneos são sem sentido?
"Não, O professor só devia estar levemente desinformado; mas se você está realmente na ignorância, eu posso esclarecê-lo. Até porque, você é um educador; permitir que continue insistindo num erro é impensável."
Instantaneamente, Matsuyama estava sem fala.
Sucesso. Muito bem, Bou-san.
"Enquanto as pessoas não desorganizam as partes essenciais da vida, é o suficiente! Pro inferno, vocês! Eu não sei se é alguma atração por religiões chatas, ou se há algo estranho acontecendo no fundo de suas mentes; uma estudante que claramente está matando aula, e um homem como você que deixa o cabelo longo e sujo, cedo ou tarde, acaba no caminho errado!"
Isso... O quê? Ele está tentando dizer que estamos trilhando um caminho proibido para os homens?
Aquele bastardo!!
"É aqui?"
Naru apontou para a porta; Em cima da porta tinha uma placa pendurada, “Sala de Reuniões”.
"Sim."
Matsuyama disse enquanto abria a porta com violência.

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