quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Volume 4 - Capítulo 1 - Parte 2 e 3



 
Quando a porta abriu, presidente do conselho estudantil Yasuhara, estava lá, esperando por nós.
Ele levantou ao ver Naru.
"Estive esperando por muito tempo."
Naru assentiu cumprimentando Yasuhara. Matsuyama falou.
"Yasuhara, você não precisa estar em classe?"
"O tempo de aula do terceiro ano reduziu bastante."
Nossa, então Yasuhara está no terceiro ano. É raro um estudante continuar presidente do conselho no ultimo mês de seu terceiro ano.
"Sem problemas nos exames?"
"Por favor, não se preocupe."
Yasuhara estava claramente forçando sua expressão.
Parecendo levemente mudar de ideia, Matsuyama sentou pesadamente na cadeira.
"E agora? O que vocês fazem primeiro?"
Ele olhou para nós de forma sarcástica.
"Começar um incêndio, e depois cânticos da Bíblia?"
Os cantos dos lábios de Matsuyama levantaram-se um pouco sugerindo um sorriso afetado. Ele é um cara realmente irritante.
Nós ignoramos a presença de Matsuyama.
Para a pergunta de Bou-san, "Como devemos começar nossa investigação agora?" Naru deu um olhar de relance em seu relógio.
"Desse modo. Vamos começar procurando estudantes que se envolveram nos vários incidentes para entender a situação."
Depois de dizer isso, Naru se voltou para mim e continuou.
"Ignore os casos dos pequenos incêndios. Vá e procure por estudantes envolvidos nos outros três incidentes."
Como eu vou encontrá-los?
Antes que eu pudesse responder, Yasuhara interferiu.
"Deixe que eu faça isso."
"Isso seria muito mais rápido. Obrigado."
"Claro."
Matsuyama sentado na cadeira, observava enquanto falávamos.
Naru fez uma leve reverência a Matsuyama.
"Muito obrigado por sua ajuda. O Senhor já pode retornar ao seu escritório. Não precisamos de assistência adicional."
"Isso não vai acontecer. É meu trabalho controlar os estudantes.
"Esses supostos estudantes não devem deixar o campo de visão do professor."
A expressão de Yasuhara endureceu com raiva. Naru, ainda sem expressão, calmamente continuou.
"Qualquer um envolvido nesses incidentes é considerado nosso cliente. Precisamos manter a privacidade de nossos clientes."
"Crianças têm alguma privacidade para falar?"
Claro que têm!
Eu não podia evitar que minha raiva aumentasse. Naru permaneceu calmo do início ao fim.
"Apesar da idade, clientes são clientes. Agora, por favor, saia."
"Você quer dizer que minha presença vai atrapalhar você?"
Tio, quem você pensa que é, seu bastardo.
Bou-san disse com raiva, "O diretor disse que teríamos liberdade para fazer nosso trabalho."
"Mesmo que seja liberdade, ela vai ser limitada. Eu gostaria de ouvir o que vocês, autoproclamados psíquicos, estão planejando com o pretexto de se misturar com nossos estudantes."
"Nesse caso, por favor, vá ao escritório do diretor."
A resposta de Naru deixou Matsuyama momentaneamente sem palavras.
Era verdade. Aquele que tinha nos contratado sempre for a o diretor.
O rosto de vermelho de raiva. Ele esticou as costas e parecia ter algo a dizer, mas apenas cerrou os lábios em desaprovação e levantou. Deixando a sala de reuniões precipitadamente, dando seu ultimo tiro ao atravessar a porta.
"Faça como quiser. O que quer que aconteça no fim do dia é responsabilidade do diretor!"
Que palavras irresponsáveis!
O que poderia acontecer? Do que ele estava falando?
Depois disso, Matsuyama bateu a porta com violência o suficiente para sacudir as paredes, e saiu de cena. 



3

"Bastardo desprezível!!! Só porque ele é a escoria da sociedade humana, ele olha para os outros como se pensasse que são iguais a ele!" Eu não pude evitar gritar na direção em Matsuyama desaparecera.
"Professores, educadores; o que são professores! Professores supostamente não deviam ser modelos para seus estudantes?!"
Haaa. Haaa. Cara, o que eu mais odeio é esse tipo de bastardo imoral, rude e tirânico.
Merda. Quando eu percebi, Yasuhara olhava para mim, chocado.
Ah ah, Eu realmente estou com problemas agora.
E então, ele gorgolejou uma risada.
"Muito bem dito!"
Huh? Estou salva?
Bou-san soltou um suspiro de alívio.
"Não é como se quiséssemos ser amigos dele. Por mim, eu estava esperando ansiosamente quando a língua venenosa de Naru se apresentaria."
É, eu também.
Naru gentilmente encolheu seus ombros, usando sua expressão reverente.
"É inútil pregar para um porco." Naru disse com grande solenidade.
Ele é realmente, realmente incrível.
A verdade era que Naru também estava com raiva.
"Yasuhara-kun, se não for incômodo, gostaria que trouxesse as pessoas envolvidas aqui.  Você poderia mandá-las na ordem?"
"Sim. Deixe isso comigo."
Yasuhara concordou e saiu correndo da sala de reuniões.
As primeiras pessoas que Yasuhara trouxe foi um grupo de garotas. Elas eram as garotas envolvidas com o absentismo em massa, da turma 2-5.
"E a representante é?"
"Eu sou Okamura Kazumi."
Naru abriu seu caderno de anotações.
"Por favor, conte-nos como ocorreu o incidente."
Okamura-san sacudiu sua cabeça. Limpando a garganta, ela disse: "Espíritos apareceram na sala de aula LL. Depois disso, nós estávamos com medo e nos recusamos a assistir as aulas. Mesmo quando falamos com o professor, simplesmente éramos repreendidas. Não havia outra escolha para nós, exceto ir embora da escola."
Ela falou isso de maneira enérgica.
"Que tipo de espíritos apareceu na sala LL?"
"Era uma criança, um menino."
"Você, Okamura-san viu ele com seus próprios olhos?"
"Eu o vi."
A resposta dela foi curta e grossa. Pobre querida, o rosto dela estava ficando verde. Definitivamente, ela tinha encontrado uma coisa muito assustadora.
"Começou com as vozes. Quando eu coloquei pra tocar uma fita que tinha gravado, eu percebi que tinha um som que eu não tinha escutado antes ao fundo. Pensei que parecia a voz de uma criança."
"Você podia ouvir o que ele dizia com clareza?"
"Não. A voz era suave, não num nível em que eu pudesse distinguir o que dizia. Em seguida..."
Ela fez uma pausa.
"Tinha alguém tocando minha perna."
Naru fez um sinal para que ela continuasse.
"Eu estava chocada e olhei para baixo. Debaixo da mesa tinha um menino segurando minha perna."
Ela continuou apressada.
"Muito mal há espaço para uma criança embaixo da mesa. Ainda que devesse ser assim, realmente tinha uma criança ali, ajoelhada embaixo da mesa. Mesmo agora, eu me lembro como ele parecia. Um menino, com cerca de seis anos, e ele tinha um sorriso no rosto que me causava arrepios!
"Finalmente começou o som de um choro.
"Eu estava chocada e pulei da cadeira gritando. Logo que eu estava prestes a chamar o professor para informá-lo sobre o menino, quando eu olhei de novo, ele já tinha desaparecido. O professor não acreditou em mim, mas com certeza tinha alguém lá!"
Naru assentiu. Okamura-san relaxou ao perceber que ele a compreendia.
Naru olhou para o resto das garotas.
"Tem mais alguém que viu o espírito?"
Todas as cinco garotas levantaram as mãos em resposta.
Naru as questionou individualmente. Todas viveram incidentes parecidos com o de Okamura-san.
"Além das pessoas aqui, tem mais alguém que o viu?"
Naru perguntou. Okamura-san assentiu.
"Tem mais umas duas pessoas. Muitas outras ouviram a voz."
"Quantas?"
Todas as garotas fizeram caretas. E, “provavelmente todo mundo ouviu,” foi a resposta.
"E quanto a estudantes de outras turmas?"
"Eu conheço alguns que disseram ter visto; parece haver mais pessoas que ouviram a voz."
Naru concordou.
Bou-san estava escrevendo alguma coisa com tinta azul nas plantas do andar, que foram providenciadas pela escola.
Naru mostrou uma expressão pensativa antes de continuar.
"Por fim, vocês ouviram sobre os outros incidentes que aconteceram na escola?"
The group looked at each other, and Okamura-san responded once again with a hardened expression.
"Eles dizem que Sakauchi-kun apareceu na escola."
"E esse Sakauchi-kun é?"
"Um estudante do primeiro ano que morreu em setembro."
Ah... Aquele aluno que cometeu suicídio... Um assunto comum em histórias de fantasmas.
"Na escola, alguns pensam que alguém varreu o passado; e alguma coisa apareceu na sala de aula. Depois… Recentemente, há novas Sete Maravilhas..."
As outras garotas começaram a falar.
"É, isso esteve lá por eras. Os rumores cresceram, não sobre isso, há novas histórias."
Uma das garotas começou a contar nos dedos.
"Primeiro, 'O Cofre Que Não Abre'. Seguido de ‘A Modelo Humana Desmembrada’. E depois há ‘O Homem Que Pulou’. Um homem aparentemente pulou do telhado da escola, mas se você olhar de perto não tem ninguém... A próxima foi..."
"'O Velho na Fornalha', quando a tampa da fornalha foi aberta, o rosto de um velho apareceu lá dentro. 'O Espelho Revertido'."
"Oh, sim. O espelho do ginásio não mostra, às vezes, o reflexo de objetos ao contrário?"
"E a 'A Sala de Geografia'? Quando limpavam a sala, a lâmpada fluorescente caiu."
"Eh? E sobre 'Passos no Laboratório de Química' é isso, não é?"
"E 'A Enfermaria'? A penúltima cama. De vez em quando parece como se alguém tivesse passado a noite nela."
Todas relataram vários incidentes estranhos, e a sala de reuniões ficou muito barulhenta.
Isto é, a tão chamada “Sete Impensáveis”, era, em geral, mais do que sete dessas histórias de pescador. Tirando isso, a mudança de direção da totalidade das histórias me deu um mau pressentimento. A planta do andar em que Bou-san estava escrevendo, logo estava coberta de azul.
Naru tinha todos em silêncio agora.
"Obrigado a todas. Nós vamos investigar a situação de forma apropriada."
 

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Volume 8 - Epílogo


Ho! Ho! Ho! E aqui vai meu presente de Natal adiantado!
Cumprindo minha promessa (acho que a única que vou cumprir esse ano! Aff! rs): o fim de Ghost Hunt!

Epílogo

No Japão é tradição fazer uma festa de despedida para as pessoas que estão deixando o país.
Não me lembro quem surgiu com a ideia de uma festa de despedida. Mas eu lembro que todos concordaram rapidamente. Para ser sincera os dois que estão indo embora odeiam festas. Então isso é uma coisa muito carinhosa para irritá-los.
Normalmente não seríamos capazes de convencê-los a comparecer em algo tipo uma festa de despedida, mas desta vez temos Mori-san do nosso lado, então nosso lado está bem forte.
No dia seguinte em que o corpo de Gene foi encontrado, seu corpo foi devolvido pela polícia, cremado e seus restos mortais enviados de volta para seu país de origem. Os pais do Naru voltaram junto, mas Naru, Lin-san e Mori-san iriam depois.
Decidimos realizar a festa de despedida antes de os três partirem para o aeroporto de Narita.
Fui para Shinjuku um pouco mais cedo do que o tempo especificado. O motivo oficial era porque eu tinha uma série de coisas que eu queria perguntar a Mori-san. Mas na verdade, o meu motivo oculto era só porque eu queria ver que tipo de lugar secreto Naru-chan tinha vivido em todo esse tempo.
O lado Oeste de Shinjuku era forrado com arranha-céus. Em outras palavras, o centro da cidade. O lugar que eu estava buscando era um hotel e o lugar que teríamos a festa. Liguei de um lugar próximo aos prédios do governo e perguntei para Mori-san se poderia vir vê-la. Ela disse: "vamos tomar um chá antes da festa", e eu estava meio nervosa e meio animada enquanto eu me dirigia para a entrada do hotel de luxo.
Quando olhei para a sala de chá, Mori-san olhou para cima, de onde ela estava sentada perto da entrada.
- Olá.
- Olá. Já acabou de arrumar tudo para a sua partida?
- Sim. Sem falar que não tenho muita bagagem.
- Sinto muito, incomodando você em um momento tão ocupado. Não era nada de importante, eu estava muito curiosa sobre esse lugar.
Mori-san riu quando eu disse isso enquanto fazíamos nosso pedido.
- Você é muito sincera.
- Eheheheh. Onde estão Naru e Lin-san?
- Provavelmente ainda estão fazendo as malas.
- Eles devem estar ocupados...
Afinal de contas, nós só voltamos de Nagano ontem. Eles provavelmente nem sequer tiveram tempo para dormir.
- Por enquanto, eles vão levar o que puder, e o resto será enviado depois.
- Será que eles vão voltar?
Mori-san inclinou a cabeça.
- Hmm... Provavelmente eu serei a única a voltar.
- Huh ... Eu me pergunto o que devo fazer. Eu acho que não vai dar para esperar até lá.
- O que?
- Eu quero saber os endereços do Naru e do Lin-san. Eu pensei que seria legal poder escrever para eles.
- Ah.
- Se eles não me derem seus endereços, eu estava pensando que talvez eu pudesse saber o endereço do laboratório. Se eu tiver isso, eu posso enviar-lhes cartas, certo?
Mori-san sorriu.
- Eu não acho que eles irão negar. Por que você não pede?
- Será que vai dar certo...
- Eu tenho certeza que vai. Não é como se eles estivessem se escondendo... Embora eu acho que é melhor não esperar qualquer resposta.
- Sem dúvida.
Eu suspirei. Mori-san sorriu ironicamente,
- Lin-san provavelmente vai, pelo menos, responder... Mas Naru...
Bem, eu sabia disso.
- Pensando nisso, você sabe o que vai acontecer com o escritório? Eu não devolvi a chave ainda...
O escritório no momento permanecia fechado. Eu tenho algumas coisas pessoais lá, mas não tive a chance de ir buscá-las.
- Se há algo que você quer saber, pergunte para aquela pessoa. O que ele não te contar eu vou te falar mais tarde.
Mori-san disse com um sorriso e apontou para cima.
- Pode ir. Quarto 3212
Segui o dedo da Mori-san e olhei para o teto.
- Tudo bem se eu for?
Eu só tenho a sensação que ele vai ser grosso comigo.
- Se você não tentar, você perde.
Mori-san disse e sorriu.
- Hmm...
- O truque para se dar bem com Naru é ser assertiva. Ele não tenta interagir com pessoas ao seu redor, então se você não tomar a iniciativa o laço vai acabar se desfazendo.
- Mas se eu for acho que ele vai gritar comigo.
- Não há realmente um risco muito grande disso. Ele não necessariamente fica com raiva quando as pessoas se reúnem no escritório, certo?
Ah, pensando nisso...
- Ele fica de mau humor, mas eu não acho que ele realmente ficava com raiva.
- Não se preocupe se ele ficar um pouco de mau humor. Se você se importar com isso, você perde. Se ele realmente ficar bravo, ele vai ser muito seco com você, então você ainda está seguro se ele estiver sendo sarcástico.
- Huh...
- Então quem estiver sendo assertivo ganha. Se ele se queixar, ignore. Se ele for sarcástico, não se preocupe com isso. Se você fizer isso, você será capaz de conviver com ele.
- Enquanto nós quisermos no relacionar com ele?
Quando perguntei isso, Mori-san riu.
- Certo. Enquanto pretendemos lidar com ele.
- Entendi.
- Naru parece ter um escudo muito forte, mas no final ele desisti muito facilmente.
... Ela pode estar certa.
- Pensando nisso, eu posso vencer várias vezes. Desde que eu não desista.
- Não é?
Olhei para cima.
- Nesse caso, talvez eu vá tentar ser assertiva.
Mori-san sorriu.
- Boa sorte.
Depois de uma longa viagem de elevador, caminhei pelo corredor típico de hotéis. Respirei profundamente em frente ao quarto 3212. De qualquer modo que você encare a situação, pressionar a campainha daquele quarto precisava de tanta coragem quanto para enfiar o dedo na jaula de um tigre.
Ouvi o som da campainha vindo de dentro do quarto, a porta se abriu imediatamente. Quando Naru me viu lá, ele olhou para o relógio.
- Já está na hora?
- Não. Ainda está cedo. Eu me encontrei com a Mori-san porque queria perguntar algumas coisas e ela me disse para perguntar para você.
Naru franziu a testa, aborrecido.
- Você pode fazer isso mais tarde?
...... Sua guarda para assuntos particulares continuava forte.
- Então...
Decepção... Ah, mas desistir seria ruim, certo?
- Posso ajudar com alguma coisa?
- Não há necessidade.
- Você deveria aceitar a generosidade das pessoas mais facilmente.
- Se você ajudar, capaz de não concluir o que deve ser feito.
- Isso não vai acontecer. Eu vou ser mais útil que um gato *. Deixa comigo!
(* Em japonês seria que quando você tiver poucas pessoas para ajudar, serve até mesmo uma mãozinha de gato. Ou seja, use qualquer ajuda possível, independentemente da sua utilidade).
- Como eu disse, não há necessidade.
- Quando você pode tornar as coisas mais fáceis, você deve fazê-lo. Há algumas coisas que eu quero perguntar também. Por isso, faz sentido perguntar enquanto eu ajudo. Certo?
Eu imitei a Mori-san e abri um grande sorriso.
E então Naru suspirou...
Whooaaaa. Eu ganhei. Entendi! Era isso que eu precisava fazer.
Naru abriu a porta e me deixou entrar.
Era um quarto e sala grande e arrumado. A cortina da janela grande estava aberta e o parque central Shinjuku podia ser visto logo abaixo.
Era um bom quarto mas ainda era um pouco formal. Pensando que ele viveu aqui durante um ano e meio, eu não podia deixar de me sentir um pouco triste por ele.
- É o Lin-san fica na porta ao lado?
- Isso mesmo.
Havia um certo número de caixas de papelão no meio da sala.
- Você poderia embalar minhas roupas? Basta dobrá-las lá dentro.
- Ok.
Ele apontou para o armário aberto que já tinha sido esvaziado pela metade. Eu não consegui evitar um sorriso com a visão de nada além de roupas pretas penduradas lá. Naru embalava os arquivos sobre a mesa.
- A sua casa é em Cambridge, hein?
- Sim.
- Posso ter o seu endereço?
- Para que você quer isso?
- Assim eu posso escrever para você. Por que mais?
Seja assertivo. Seja assertivo.
- ... Você consegue escrever em Inglês?
O que foi isso..?
- Sim, eu consigo...
- Eu subestimei você.
Ele realmente não é meigo.
Cara, é muito ruim. Se Gene estivesse vivo e se por acaso nos casássemos, eu teria sido cunhada desse cara.
- Seu pai ensina na Universidade de Cambridge, certo?
- O que tem isso?
- O que ele ensina?
- Saber isso faz alguma diferença para você?
- Claro que faz.
- Ah?
- Isso vai satisfazer a minha curiosidade.
Naru suspirou profundamente novamente.
- Leis....
Naru sorriu ironicamente depois de dizer isso.
- Também parapsicologia.
- Huh ... Fora da" SPR "?
- A SPR" é como uma sociedade acadêmica. Há quatro anos atrás ele foi para gerenciar um laboratório de pesquisa, mas ele não é um membro de investigação.
Hmm ... Eu realmente não peguei.
- Você é um membro de pesquisa, certo?
- Certo.
- No laboratório de Mori-san. Um laboratório de pesquisa de campo?
- Se você já sabe, então não precisa perguntar.
Hmph ......
- Ei, qual é o trabalho de campo?
Naru olhou para mim com desprezo.
- Você realmente não sabe nada, não é?
Isso não é da sua conta.
- Na verdade temos que ir até o local e recolher informações. Investigando casas mal-assombradas. É praticamente igual o que estamos fazendo aqui.
- Huh...
- Depois de enviar vídeos e dados, o resto é trabalho de outra equipe. Por exemplo, a equipe de análise de vídeo. Depois que os dados são analisados, são então organizados e integrados em alguma teoria existente. Isso é trabalho de outra equipe especializada. De acordo com sua utilidade.
- De acordo com sua utilidade?
- Eu sou um membro do lado teórico. A especialidade do Lin é originalmente na técnica.
- Então por que...?
Será que eles vieram trabalhar juntos no Japão?
- Madoka é a chefe do trabalho de campo. E quando ela reuniu todas as pessoas que sabiam falar japonês, foi como as coisas terminaram assim.
- Ah, entendi.
Era a cara dela.
Quando indiquei que tinha terminado a embalagem das roupas na caixa, Naru jogou a fita adesiva para mim. Eu peguei e selei a caixa.
- ... E?
- E?
- O que você vai fazer quando voltar?
Naru deu de ombros.
- Acompanhar um funeral.
Quem está perguntando sobre algo no futuro imediato?
- Eu não perguntei isso. Você é um membro de pesquisa para o" SPR ", certo? Você vai continuar a caçar fantasmas no laboratório?
- Naturalmente, isso é o que eu pretendo.
- O que você vai fazer com o escritório? Eu trouxe minha chave e da Taka também.
- Você pode guardar isso.
- Eh?
Olhei para o Naru.
- Madoka vai voltar em breve.
- Você quer dizer que o escritório vai continuar?
- Você não é sortuda de manter o seu emprego?
É... Ou melhor...
- Por que você mudou de ideia?
Ele tinha dito que ia fechar.
- Alteração de circunstâncias. A aprovação já foi concedida para manter o escritório.
Uau.
- Mas você não vai voltar, né?
- Fui eu quem fez o pedido?
- E, novamente, por quê?
- Manifestações espirituais japonesas são interessantes.
- Verdade?
- Acho que pode haver algo que faz com que as condições aqui sejam boas para as manifestações espirituais. É por isso que eu requisitei para manter o escritório.
... Ele realmente é um workaholic.
- Mas o que você vai fazer com sua faculdade?
- Eu estive pensando sobre isso. Eu poderia largar, ou eu poderia transferir para o exterior.
- Nesse caso, você não será capaz de voltar em breve.
Naru sorriu ironicamente.
- Não vai ser possível por um tempo.
Realmente não vai ser...
- Além disso, meus pais provavelmente não irão gostar. Então eu vou ter que ficar com eles por um tempo.
- Sem dúvida.
A metade restante dos gêmeos. Era improvável que eles deixassem ele ira para um país tão distante assim indefinidamente.
- Humm, eu ouvi que eles não são seus verdadeiros pais...
- Certo. Eu sou adotado.
- Ouvi dizer que eram órfãos.
Quando eu disse isso, Naru levantou uma sobrancelha ligeiramente.
- Igual a você.
...... Você está brincando.
- Ei, foi por isso que você me contratou?
- O que está dizendo? Que as pessoas em situações semelhantes devem ajudar uns aos outros?
- Isso mesmo.
- O diretor da sua escola comentou que você era um órfã. Então eu pensei que suas condições de vida eram muito piores.
- A sua era?
- O orfanato? Era ruim. Sem mencionar que eu era uma criança problema.
...... Sem dúvida.
- Entendo... Obrigada. Isso realmente me ajudou, verdade seja dita.
- Que bom. Em qualquer caso, havia um monte de dinheiro de sobra no orçamento e realmente estávamos com falta de pessoal.
Uau...
- A “SPR” tem um monte de dinheiro.
- Não realmente nos laboratórios de pesquisa. Eu sou especial.
- Huh...?
- Um certo indivíduo está dando 100 000 libras por ano em uma bolsa de investigação.
- Hmm. Quanto é 100 000 libras?
- Uma libra está cerca de 230 ienes. Você não sabe nem mesmo isso?
Dólares são uma coisa, a maioria das pessoas não saberia quanto está a libra.
- Em outras palavras $ 150 000 USD.
- Um dólar é cerca de 160 ienes, certo?
Heheh, isso eu sei.
- É isso mesmo. E?
- Assim $ 150 000 seria...
Ummm, não tem um papel? Papel?
- 24 000 000 ienes. Você realmente é burra, não é?
- Cale a boca.
Depois que eu disse isso, senti a dor de ser uma pessoa pobre.
- Vinte e quatro milhões de ienes..?
- Não é tanto assim.
- É sim.
- Isso pode ser gasto comprando apenas uma câmera.
- Seu conceito de valor monetário é excepcional.
- Seu uso é no meu entender, e não é como se eu esbanjasse.
- Bem... sim...
Ao dizer isso que eu olhei ao redor da sala.
- E sobre os gastos para ficar aqui?
- Ele está sendo coberto por aqueles que me vêem favoravelmente.
- Eu queria ver como são as pessoas que desperdiçam dinheiro em você.
- Há algumas pessoas que são boas em julgar.
- Você é uma fraude.
- Se eu tentasse, eu seria capaz de obter o dobro do que eu ganho agora.
Não pude deixar de suspirar; ele disse isso de uma forma estranhamente séria.
Nós terminamos de fazer as malas na hora da festa, e quando chegamos ao espaço reservado no restaurante do hotel, todos já estavam lá.
- Mai! Eu ouvi. - Ayako acenou com a mão.
- Hmm?
- Eles estão mantendo o escritório?
- Sim, eles estão.
- Não é ótimo?! Você não precisa se preocupar com seu sustento.
- Você não é sortuda?! Não vai precisar me aguentar dependendo de você.
- Eu não sou tão pobre que ter você como sanguessuga faria mal a mim financeiramente.
Huh... Você que falou, certo? Agora vai me aguentar parasitando você.
Mori-san me entregou um copo.
- Eu vou ser a gerente de agora em diante. Vamos fazer o nosso melhor.
- Sim. Vamos.
Heheheh. Vai ser um ambiente de trabalho amigável.
- O que você vai fazer, Lin-san?
Lin-san permaneceu inexpressivo com a minha pergunta.
- Eu vou voltar por um tempo.
- Entendo. Se cuide.
- Obrigado.
É isso mesmo. Havia algo que eu queria perguntar, então eu deveria fazê-lo agora.
- Umm... Tivemos uma conversa antes sobre como você odeia o povo japonês, certo?
- Sim, tivemos.
- Naquela época, você disse que alguém falou a mesma coisa que eu. Foi o Gene?
Lin-san piscou um momento, depois assentiu.
- ... Entendi.
É verdade. Acho que Gene e eu éramos um pouco parecidos. Heheheh. Isso me deixa realmente feliz. Enquanto estávamos no acampamento, Mori-san falou muito sobre ele, e passei a gostar dele muito mais do que antes. Apesar de eu não ter nenhuma esperança, também não há nenhuma chance de eu ser rejeitada. Então, pensando assim, ele pode ser ideal.
Eu sorri tolamente e encontrei o olhar do Naru. Ele parecia um pouco irritado.
- O que...
- Nada.
- Você estava pensando que eu sou um pouco simplória, não estava?
- Que bom que você percebeu isso.
Hmph. Sem dúvida, eu sou apenas uma ameba.
- Ahh, é mesmo, eu quase me esqueci.
Naru tirou um pequeno pacote do bolso interno do paletó.
- Aqui.
- Hmm?
A coisa que estava embrulhada em um lenço era do tamanho de um cartão de visitas, um pouco grossa e dura. Quando eu desembrulhei, achei o quadro que a mãe do Naru tinha me mostrado antes.
A foto do Naru e... Dele sorrindo.
... Meu peito doeu. Eu estava tão feliz. E tão triste.
Ahh... Eu nem sequer tenho uma foto dele. Eu adoraria ter uma foto dele, mesmo um foto de grupo.
- Luella esqueceu. Eu não acho que vai incomodá-la, se eu contar a ela que ela perdeu?
- .... Eu posso ficar com a foto?
Sério?
- Eu a joguei fora. Eu não sei o que aconteceu com ela depois disso.
O que, minha mão é uma lata de lixo?.. Bem, tudo bem. Porque eu estou realmente feliz.
- Obrigada.....
Naru é um cara muito bom, afinal. Eheheheh.
- Por que você está sorrindo?
Bou-san segurou minha nuca.
- É um segredo.
- Huh. Eu gostaria muito de ouvi-lo depois.
- Hmm...
- Vá em frente, diga.
- Você sabia que o amor continua enquanto você se lembrar da outra pessoa?
Bou-san piscou um momento e depois sorriu.
- Você está ficando um pouco atrevida, não é?
- Não estou?
O bolso que escondia a moldura estava quente.
É possível apaixonar-se por conta própria, por isso não vou chorar mais.

************

Pois é... Acabou!
Espero que não tenha muitos erros de português! Fiquei com preguiça de revisar! Huahaha

Agora minhas impressões/divagações:
Eu acho que Naru realmente gosta da Mai! Gosta do jeito Naru-de-se-gostar! Não sei se é romanticamente ou como um irmão, ou melhor, como cunhado! Hahaha
Mas ele é muito mais paciente com ela! Sempre responde as perguntas dela e apesar dele falar umas grosserias, ele também ouve umas boas dela! E não fica nervoso!
Acho que as grosserias dele são aquelas que você só pode falar com quem é mais íntimo! 
Sim, estou ainda tentando salvar a imagem do Naru galã! rs

Outra coisa! A continuação do mangá - Akumu no Sumu Ie - está sendo traduzida para o inglês (tem no mangafox). E eu estava pensando em fazer o mesmo esquema dos capítulos 11 e 12... E fazer a tradução do mangá. O que acham?

Bom, acho que agora vou tentar cumprir mais algumas promessas de 2012... Então nos veremos novamente só em 2013! Por isso já deixo aqui meus votos de um...

Feliz Natal! E um 2013 maravilhoso (se o mundo não acabar) 
Que seus sonhos se realizem e que muita coisa boa aconteça!

Bjs Susi

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Volume 4 - Capítulo 1 - Parte 1

Capítulo 1 – Não brinquem com espíritos, crianças.

1


Nós partimos para o Colégio Ryokuryou. Esse era o segundo dia.
Ficava a três horas do escritório indo de carro. Depois de passar por Funabashi e Chiba, com uma vista de Yokosuka, que circundava o oceano, era onde ficava o colégio.
Dessa vez os investigadores incluíam Naru, seu assistente Lin-san e eu. Lamentavelmente Taka e Chiaki permaneceram no escritório.
E estavam lá também os quarto psíquicos usuais.
Bou-san, John, a Sacerdotisa e Masako.
Embora esses membros tenham trabalhado juntos algumas com frequência no passado, esse foi o primeiro caso que iniciamos com a intenção de cooperar. A coisa mais chocante é que dessa vez, Naru os contatou, dizendo “Eu espero ter sua ajuda”.
Depois de checar a agenda de todos, fizemos nossos planos. Os primeiros a entrar na escola foi Naru, Bou-san e eu. Baseados em nossas investigações preliminares, nós discutiríamos que equipamentos íamos precisar e Lin-san e a Sacerdotisa os trariam. Masako e John tinham planos que não podiam desmarcar, e viriam no dia seguinte.
O Colégio Ryokuryou é uma escola meio desagradável.
Embora eu diga isso, não significa que seja um lugar esquisito ou algo assim.
Primeiro, quando chegamos ao portão dos fundos no horário marcado, tinha um professor esperando pela gente. No entanto, a atitude daquele professor era terrível. Mesmo quando o cumprimentamos, ele nem mesmo nos respondeu com um aceno de cabeça.
Depois de entrar pelo portão dos fundos, o professor nos levou para o escritório do diretor. O diretor era ainda pior. A atitude dele era incrivelmente arrogante, seu tom muito mal educado. Além disso, embora tenha requisitado nossos serviços, ele não confiava na gente e não fez nenhuma tentativa de esconder isso.
E depois, o golpe final foi nosso guia, o professor Matsuyama.
"Você é o chefe?" ele perguntou a Naru enquanto nos levava para a sala de reuniões, que seria nosso quartel-general durante as investigações.
Como aquela pessoa podia falar desse jeito com alguém que acabara de conhecer?!
O professor Matsuyama olhou para nós com se nos julgasse - "Toda essa comoção sobre espíritos – não há nada mais estúpido e sem sentido." – e jogou essa frase de repente.
Aquele bastardo, quem ele pensa que és?
O professor Matsuyama nos encarou visivelmente com desprezo enquanto estávamos muito chocados para responder. Por fim, seu olhar se fixou em Naru.
"Quantos anos você tem afinal?", ele perguntou.
"Dezessete."
"E o ensino médio?"
"Por favor, use sua imaginação."
O professor Matsuyama bufou, sorrindo com isso e virou sua cabeça para me olhar.
"E você?"
"Dezesseis. Primeiro ano do ensino médio."
"Você não tem escola hoje? Negligente da sua parte, não? Onde é sua escola? Vamos ouvir isso."
Então, e se ele souber em qual colégio eu estudo? Contatar a escola e fazer com que eles me desmereçam? Primeiramente, mesmo se eu disser o nome da escola, você ao menos vai saber onde é a escola?
"Eu já consegui permissão da minha escola."
Quando eu disse isso, o professor Matsuyama me lançou um olhar preenchido de ódio.
"É uma escola bem indulgente, para ser tão relaxada."
Não enfie seu nariz nos assuntos escolares de outras pessoas. Eu realmente gosto muito da minha escola.
Matsuyama (Vou falar dele sem um honorífico de agora em diante) se apressou pelos corredores da escola.
"Acreditar no sobrenatural é uma moda recente; quando alguém pensa assim, o outro fica preguiçoso, e logo, vira algo popular. Quando pestinhas, que nem completaram seu estudo obrigatório se comprometem com esse tipo de crença sobre super poderes e ÓVNIS, eles usam essas coisas que não existem para escapar da realidade. E depois, tiram vantagem da situação, se misturando com vigaristas. A juventude de hoje em dia por nenhuma boa razão, não podem fazer nenhum trabalho de confiança."
...Vigaristas. Ele estava se referindo a nós? Como ele se atreve a nos chamar, trabalhadores comportados e honestos, de vigaristas?!
Vamos Naru, se apresse e responda a ele. Quando, se não agora, você vai usar sua lingual normalmente venenosa?
Mas Naru estava em silêncio. Mesmo Bou-san não respondeu.
Matsuyama riu, zombando de nós.
"Recentemente, entre essas fraudulentas novas religiões, parece que até garotas foram implicadas nessas situações maliciosas, certo?"
Hmph... Logo quando eu estava prestes a expressar meu desprazer, Bou-san começou a falar com um tom raro, quieto e extremamente educado.
Bou-san, Takigawa Housou, idade 25, é um monge de Mt. Koya. Ele tem um trabalho durante o dia, como músico de estúdio. Ele administra atividades de bandas por um lado, e é um usuário de poder psíquico do outro. Em outras palavras, ele é multitalentoso.
"Se estamos falando sobre a recente pequena escala popular de grupos religiosos, acho que é mais justo chamá-los de Novas Religiões Ascendentes."
"O quê?"
Matsuyama o encarou, não preparado para esse ataque.
Bou-san continuou seu ato e disse, “isso é, para dizer, recente – no que eles chamam de Terceira Era da Religião, na qual nos estamos no meio; sobre o rápido aumento de grupos da geração baseada na feitiçaria, eles deveriam ser chamados de Novas Religiões Ascendentes, para ser mais exato."
Matsuyama parecia que estava prestes a dizer alguma coisa, Bou-san não lhe deu a chance de interromper.
"E se estamos discutindo essas Novas Religiões Ascendentes, essas são as que vieram cronologicamente depois da Segunda Era da Religião. Isso é de conhecimento geral."
"Esses pequenos detalhes não importam!" urrou Matsuyama. Bou-san deu um sorriso satisfeito.
"É isso aí. Mas, você não acha que argumentos baseados em conhecimentos errôneos são sem sentido?
"Não, O professor só devia estar levemente desinformado; mas se você está realmente na ignorância, eu posso esclarecê-lo. Até porque, você é um educador; permitir que continue insistindo num erro é impensável."
Instantaneamente, Matsuyama estava sem fala.
Sucesso. Muito bem, Bou-san.
"Enquanto as pessoas não desorganizam as partes essenciais da vida, é o suficiente! Pro inferno, vocês! Eu não sei se é alguma atração por religiões chatas, ou se há algo estranho acontecendo no fundo de suas mentes; uma estudante que claramente está matando aula, e um homem como você que deixa o cabelo longo e sujo, cedo ou tarde, acaba no caminho errado!"
Isso... O quê? Ele está tentando dizer que estamos trilhando um caminho proibido para os homens?
Aquele bastardo!!
"É aqui?"
Naru apontou para a porta; Em cima da porta tinha uma placa pendurada, “Sala de Reuniões”.
"Sim."
Matsuyama disse enquanto abria a porta com violência.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Volume 4 - Prólogo

Oi, Meu nome é Arine-san e com a permissão da Susi vou começar a postar a tradução do Volume 4 de Ghost Hunt. Muito obrigada pela oportunidade Susi.

Então aqui vai o Prólogo.


Volume 4 – Solitários Espíritos do Mal

Prólogo


"Hu..."

Eu não pude evitar suspirar alto ao abrir o jornal e olhar as manchetes, enquanto apoiava meu queixo nas mãos.

Na terceira página do jornal, uma manchete em negrito anunciava: “35 Estudantes sofrem de Histeria em Massa”.

Esse incidente ocorreu no dia anterior num colégio público em Chiba. Aparentemente um estudante reclamou durante a aula, que seu pé tinha sido mordido por um cachorro preto que não podia ser visto a olho nu. Isso causou uma grande confusão.

"Ah..."

Eu sou Taniyama Mai, uma estudante de dezesseis anos. Embora isso seja de conhecimento geral, eu sou uma estudante comum e correta (isso é verdade!) eu só tenho um trabalho de meio expediente estranho. E é nesse trabalho estranho que eu estou lendo os jornais – “Shibuya Psych Research”.

Localizado em um escritório em Shibuya, Tóquio, “Shibuya Psychic Research” é uma empresa que investiga incidentes paranormais. Isso é, nós investigamos fantasmas e super poderes, e outros fenômenos sobrenaturais.

Trabalhando num lugar como esse, há momentos em que eu tenho que trabalhar em casas assombradas. É claro que, todos deveriam experimentar tudo que puderem na vida. Como conhecer fantasmas, e fazer amizade com garotas com poderes psíquicos, para citar algumas.

Entretanto, mesmo para alguém tão vivido quanto eu, o artigo ainda me interessou.

Enquanto eu estava relendo o artigo pela centésima vez, Chiaki, uma veterana, me interrompeu.

"EEEE aí, Mai?" Disse Chiaki, levantando a cabeça de seu livro e olhando para mim.

Kasai Chiaki tem dezoito anos – e é uma estudante num colégio para garotas com poderes psíquicos em Tóquio. Apesar de ela ser habilidosa em dobrar colheres, era um pouco depressiva. Para se livrar de sua depressão, ela se submeteu a um treinamento no "Shibuya Psychic Research".

"O que aconteceu?"

Em resposta à pergunta dela, eu mostrei o artigo interessante.

"Olha isso. Fala daquele Colégio Ryokuryou de novo."

Colégio Ryokuryou. Um colégio que apareceu muito nos jornais na semana passada.

"Eles de novo? O que aconteceu dessa vez?"

"Eles dizem que alguém foi mordido por um cachorro preto e causou confusão numa sala de aula."

"Cachorro?"

"É. Embora o professor não tenha visto ele, os estudantes afirmam que foram mordidos e causaram uma balbúrdia. Além disso, entre aqueles que afirmavam terem sido mordidos, alguns tinham, o que pareciam ser ferimentos causados por uma mordida de cachorro ou algo similar."

"Ah... E a causa?"

"Foi explicado como histeria em massa. 'Nós acreditamos que devido à recente série de ocorrências inexplicáveis na mesma escola, alguns estudantes agitados tiveram uma leve histeria, e espalharam essa histeria para outros estudantes. ' É o que eles dizem."

"Mas, ninguém foi prejudicado? O que significa isso?"

"Não foi explicado."

"Esqueça isso. Isso é algo comum."

Dentro de um mês, o Colégio Ryokuryou esteve nos jornais mais quatro vezes.

"Qual foi o primeiro incidente?"

"Absentismo em massa."

O primeiro incidente foi: todas as garotas de certa turma afirmaram que havia fantasmas e se recusaram a ir à escola.

A próxima reportagem foi sobre envenenamento em massa. Cerca de metade dos alunos de uma turma, de repente, se sentiram enjoados e indispostos. Embora parecesse um envenenamento alimentar, a conclusão foi que não era. A verdadeira razão pra esse incidente ainda é desconhecida.

Chiaki rolou seus olhos.

"Eh... E o próximo incidente foi incêndios em salas fechadas?"

"É como você diz. Desde o outono, houve uma série de incêndios nas salas fechadas do fundamental. Quando a história vazou, rapidamente publicaram nos jornais. "

"Não eram incêndios culposos?"

"Sobre isso, dizem que os professores tomavam conta. Eles até colocaram trancas nas portas. Ninguém deveria conseguir entrar, mas os incêndios continuaram a acontecer."

Enquanto eu dizia isso, peguei uma tesoura para cortar a notícia problemática. Enquanto cortava, continuei,

“E a próxima ocorrência foi os quarto incidentes sobre exorcismo”.

"Os estudantes pensaram que tinha alguma coisa assombrando a escola, e tentaram um exorcismo." Chiaki contava em seus dedos.

"Algum tempo atrás, houve um estudante que cometeu suicídio."

"É, num período de nove meses atrás, teve um estudante que cometeu suicídio. Aparentemente, os alunos acreditam que o espírito desse estudante estava assombrando a escola. Eles se reuniram no fundamental para exorcizar o espírito, mas os professores os impediram. No final, o exorcismo virou uma briga."

"Então, esse é o quinto incidente?"

Chiaki olhou para os meus recortes. Nesse momento, alguém falou atrás de nós, repentinamente.

"Que quinto incidente?"

Quando nós olhamos para a porta, de onde a voz veio, vimos Taka tirando seu casaco.

Taka, cujo nome complete é Takahashi Yuuko, tem dezessete anos, uma veterana de uma turma mais nova que a de Chikai. Embora nós tenhamos encontrado ela pela primeira vez quando ela pediu a ajuda do "Shibuya Psychic Research", recentemente ela está fazendo alguns trabalhos estranhos aqui.

Taka se apressou e olhou para os itens em nossas mãos.

"O que é isso?"

Chiaki mostrou os recortes de jornal para Taka.

"Colégio Ryokuryou. Outro incidente aconteceu."

"Eles de novo? Incrível!"

Eu concordei com as palavras de Taka.

"Você acha? Se esse é o caso, então isso é inacreditável mesmo."

"Exatamente."

Chiaki estava chocada.

"Inacreditável?"

Eu assenti.

"Por causa desse suposto incidente inexplicável…"

"Ou melhor, estranha ocorrência..."

"Pra ser mais exato, fenômeno paranormal. Esse tipo de coisa tende a não ser muito discutido em público, e acontece sem ninguém notar. Vocês não acham?"

"Sim. Como com o incidente que aconteceu na nossa escola – no fim não foi tornado de conhecimento público."

"É. Mas pra eles, a manchete está impressa de forma ousada nos jornais."

"E eles ainda estão nos noticiários da televisão."

"É realmente inacreditável."

"Sim."

Chiaki olhou para nós, desistindo de argumentar comigo e Taka, que estava assentindo em concordância.

"... é assim mesmo."

"É exatamente assim."

Ainda sacudindo a cabeça, Taka agarrou minha caneca.

"Por favor!"

"Esqueça."

Dizendo isso, eu terminei de beber a água que restava na caneca.

"Entretanto, o chefe não está interessado. Um incidente grande como esse é uma oportunidade de nos tornar famosos da noite para o dia."

Chiaki e eu estávamos chocadas com as palavras de Taka.

"... Por que você diz isso?"

"Ah? Você não ouviu isso do chefe?"

Eu não tinha ouvido nada sobre isso – nada dessa natureza.

"Ele veio ontem – o diretor do Colégio Ryokuryou."

O quê?!

"He, he..." riu Taka.

"O fato é, nossa empresa é famosa entre a comunidade educacional. Apenas preste atenção nisso: nós não resolvemos casos tanto na escola de Mai quanto na minha? Logo, ele veio com uma solicitação."

Oh... Então foi assim.

Suspiro... Porque eu tive que fazer algo na escola ontem, eu pedi licença do trabalho, e lamentavelmente perdi esse acontecimento. Eu, pelo menos, queria ver o rosto do diretor… Embora isso não importe realmente.

Chiaki sussurrou,

"E então, o que aconteceu? Ele foi recusado?"

"É. Foi uma rejeição imediata. O chefe disse que não gostava de incidentes de grande publicidade."

Isso era um desperdício.

Chiaki pensava o mesmo.

"É lamentável ele ter feito isso."

"Exatamente. Se nós resolvermos um grande caso, a empresa iria disparar para a fama instantânea. Nós seríamos entrevistadas pela mídia e outras coisas."

"O chefe também seria uma celebridade instantânea."

"Sim. O chefe é realmente bonito, então é provável que ele fosse ter um fã-clube."

... Como... Como se isso fosse acontecer. Não… Eu não estou certa sobre isso. De qualquer forma, ele só é bonito na aparência. A personalidade dele é realmente terrível.

Enquanto isso passava pela minha mente, Taka e Chiaki olharam para mim significativamente.

"...o quê?!"

"Ótimo, ele rejeitou o diretor." Taka declarou o fato de maneira delicada.

"Sim, sim. Desse jeito nós não vamos conseguir nenhuma nova rival."

Até Chiaki era uma.

Não vamos falar mais sobre isso – a pessoa em questão está na sala ao lado – o que nós faremos se ele ouvir sem querer?

O chefe do "Shibuya Psychic Research", Shibuya Kazuya, surpreendentemente tem dezessete anos. Mesmo sendo muito jovem, ele tem um escritório de classe alta no maior bairro de empresas. Ele é bonito e talentoso, e é tão narcisista, que nem Buda iria descalço para conhecê-lo. Eu o chamo pelo apelido de Naru.

Além disso, tem uma mulher (Eu não devo revelar o nome dela, para preservar sua reputação) que pediu para sair com ele; a quem aquele bastardo respondeu: "Eu realmente sinto muito, mas eu estou acostumado a me olha no espelho." Isso é, "Eu estou acostumado a ver tanta beleza no meu próprio reflexo, que eu não vou sair com alguém do seu tipo.”.

Sem brincadeira. Se eu fosse a pessoa que recebeu essa resposta, até o suicídio seria uma opção viável. – Algumas vezes eu penso profundamente sobre essa situação.

Alguém abriu a porta do escritório. Na entrada estava parado, um garoto da minha idade. De forma sincera, para aqueles que o receberam, ele disse, com grande dificuldade, "Eu sou Yasuhara do Colégio Ryokuryou."

Quando ele viu o homem bonito que vindo do escritório do chefe, Yasuhara ficou realmente chocado. Não importa, isso é uma coisa comum. De todos os clientes desse dia, Yasuhara foi o que se recuperou do choque mais rápido.

Com uma expressão ansiosa, Yasuhara se curvou (*cumprimento japonês) para Naru que estava sentado do outro lado.

"Eu sou o presidente do conselho estudantil do Colégio Ryokuryou, Yasuhara Osamu. Isto -"

Ele pegou um monte de papéis de sua mochila e entregou a Naru.

"Eu coletei uma petição entre os estudantes. Eu represento todo o corpo estudantil para pedir um favor a você."

Yasuhara dobrou seu corpo alto e se curvou profundamente para Naru.

"Por favor, aceite a solicitação de nosso diretor."

Naru pegou a petição e colocou-a sobre a mesa. Com os dedos pálidos apertados, ele descansou a mão sobre o joelho.

"Com relação a essa situação, eu já recusei seu diretor ontem." Yasuhara olhou diretamente para Naru.

"Eu sei. Eu já sabia de sua rejeição. Mas mesmo assim, eu gostaria de pedir a sua ajuda." Yasuhara disse sério.

"Como você sabe, a situação na escola é realmente séria. Mas o que mais assusta todo mundo é a atenção da mídia. No começo era só um rumor estranho; Agora a situação mudou tanto que pessoas estão se machucando. Se isso continuar, quem sabe o que pode acontecer. Por favor, nos ajude."

Naru pensou por um momento, e respondeu,

"Para dizer a verdade, eu estou muito interessado na situação do Colégio Ryokuryou. Mas eu preferiria evitar a atenção da mídia."

"Eu entendo aonde você quer chegar. Agora mesmo, eu sou um dos que estão tendo problemas com isso. Portanto, eu espero, de verdade, que essa situação possa ser resolvida o mais rápido possível. Atualmente, horríveis rumores estão percorrendo toda a escola. Todos nos sentimos inquietos e inseguros, e a atmosfera é sombria. Essa petição…”.

Yasuhara olhou a petição sobre a mesa.

"Isto foi coletado essa manhã, entre o período em que ouvi sobre sua recusa e a hora em que sai da escola para pedir que você reconsiderasse. Só levou metade de um dia. E apesar do pouco tempo, nós recolhemos muitas assinaturas."

Dito isso, ele se curvou novamente.

"Nós realmente precisamos da sua ajuda. Por favor – você precisa nos ajudar."

Naru pensava profundamente.

Eu fiquei do lado, ansiosa; concordar em ajudar resolveria tudo. Entretanto, eu permaneci quieta. Naru não era o tipo que ouviria a mim ou a qualquer um e mudaria de ideia.

Naru fechou seus olhos pretos e pensou no caso sem se mover; Yasuhara observava Naru quieto. Logo, Naru abriu os olhos e se virou para mim.

"Mai, ligue para o Colégio Ryokuryou."

Meu coração voou de felicidade.

"Diga ao diretor que se ele ainda não escolheu um investigador substituto, nós aceitaremos sua solicitação..."

Sim! É assim que se fala!

*Obs: No nome de Chiaki, Mai geralmente inclui a expressão senpai, que significa veterano. Omiti isso para que não ficasse redundante.

 __________________________________________________________________________________

Bom, novamente quero agradecer a oportunidade, Susi. Bjaoo...


 

 

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Outros animes/mangás de espíritos - parte 2

Acho que a maioria que é fã de GH tbém conhece esse mangá/anime:



Mas para quem não conhece, eu recomendo!

Descrição no mangafox:
Baseado no romance de Kaminaga Manabu. "Shinrei Tantei Yakumo" também conhecido como "Detetive Psíquico Yakumo" conta a história sobre um estudante universitário, Saitou Yakumo que nasce com diferentes cores de olhos. Seu olho esquerdo vermelho tem uma habilidade especial de ver fantasmas e espíritos. Ele acredita que fantasmas e espíritos estão ligados à terra por uma "causa"  e simplesmente eliminando essa "causa" fará os espíritos descansarem em paz. Ozawa Haruka pede sua ajuda e  juntos começam uma investigação.

É muito parecido com GH, mas ao mesmo tempo é diferente!
Yakumo é um pouco parecido com Naru, distante e aparentemente desinteressado nos outros. Mas não é tão grosso e seu comportamento é justificado por um passado traumático.
Haruka, a mocinha da história, é similar a Mai até no penteado! rs Apesar das duas terem um bom coração e uma quedinha pelo garoto principal, gosto mais da Mai, ela é mais espontânea, irônica e menos passiva que a Haruka.
O que faz falta em Psych Detective Yakumo, ou Shinrei Tantei Yakumo, é o resto do grupo de Ghost Hunt! Mas é bem bacana também!

Volume 8 - Capítulo 15


Capítulo 15 - 14 de agosto Depois de seis horas

Parte 1
Quando nós corremos para fora do bangalô, várias pessoas estavam reunidas à beira da água.
O sol estava se pondo. A margem estava coberta pela sombra da montanha, porém o lago estava fora do alcance da sombra e a visão do barco era muito clara, como se estivesse sendo iluminado. As águas brilhavam ao sol poente.
A cabeça negra de um mergulhador balançava na água ao lado da lancha. Uma mão se estendeu de dentro do barco e foi entregue uma corda. A pessoa dentro do barco puxou a corda e uma massa acinzentada obscurecida pela água subiu lentamente para a superfície. O mergulhador subiu a bordo do barco, e o barco se dirigiu para a margem.
Nós assistimos a tudo como se estivéssemos assistindo a algum tipo de cerimônia.
O barco parou quando chegou à costa. O mergulhador saltou para fora do barco e puxou a corda que enrolava o que quer que seja que estava envolvido em um lençol cinza... Dentre as pessoas que estavam assistindo a tudo isso de longe, uma figura solitária começou a caminhar em direção a beira da água... Era Naru.
Naru se agachou ao lado da massa enrolada. Ele estendeu a mão e a voz do mergulhador de meia-idade podia ser ouvido tentando detê-lo.
- Não faça isso.
- Não, eu estou bem.
A voz de Naru era calma e seu rosto inexpressivo.
Naru ajoelhou-se e sua mão pálida pegou no canto do lençol. Alguns cabelos escuros podiam ser vistos a espreita. O mergulhador ao lado dele desviou o olhar.
Naru olhou por um longo momento... E calmamente recolocou o lençol como estava originalmente. Ele ficou de pé e começou a caminhar ao longo da borda da água.
Não havia um pingo de lágrima ou dor em seu perfil silencioso.

*****

As coisas estavam em grande pânico depois disso. Ayako, Masako e eu, junto com Mori-san, rapidamente deixamos aquele lugar e voltamos para o nosso bangalô - levando a mãe de Naru conosco.
Seu pai é Martin Davis. Sua mãe é Luella Davis. Seu pai é chamado de Professor Davis para distinguir entre ele e Naru. Embora eu não poderia dizer sua idade, ele parecia ser muito mais velho do que nossos pais seriam.
O cabelo do professor era um vermelho acastanhado, enquanto que da sua mulher era um bonito loiro. Seus olhos eram azuis, os dela eram púrpura.
Sra. Davis chorou muito. Ela estava com tanta dor que não conseguimos encontrar palavras para tentar confortá-la. Depois de um longo tempo, quando já estava totalmente escuro lá fora, ela finalmente levantou o rosto do ombro de Mori-san.
- Sinto muito.
Ela falou em japonês um pouco pomposo.
- Desculpe-me eu não ter vindo cumprimentá-las mais cedo.
Todo mundo só balançou a cabeça. Depois de falar isso com os olhos inchados de tanto chorar, ela perguntou:
- Vocês conseguem entender o meu japonês?
- É muito bom.
Quando Masako disse isso, a Sra. Davis finalmente sorriu. Os cantos de sua boca tremiam, e ver isso era muito doloroso.
- Aqueles dois conversavam secretamente em japonês, então eu aprendi a língua. Mas japonês é muito difícil. Me desculpe eu não posso falar muito bem.
“Aqueles dois” provavelmente significava Naru e seu irmão mais velho.
- Obrigada por cuidar tanto de Naru.
- Não foi nada. Igualmente.
Masako inclinou ligeiramente enquanto Ayako se levantou.
- Eu vou fazer um chá. Esse já esfriou.
- Umm... Minhas condolências.
Quando eu disse isso, a Sra. Davis olhou Mori-san. Mori-san disse algo a ela em inglês, e a Sra. Davis, em seguida, sorriu para mim.
- Obrigada. Você é Taniyama-san?
- Sim, isso mesmo. Prazer em conhecê-la.
- O prazer é meu. Naru é bastante difícil e pode ser um pouco problemático lidar com ele. Obrigada por tudo.
Como ela disse isso, ela deve saber que estou trabalhando no escritório.
- Ele realmente é um pouco difícil, não é?
Quando eu disse isso, ela sorriu.
- Mas ele é uma boa pessoa.
- Eu sei.
- Estou muito orgulhosa de ambos.
Ela abriu a mão que estava segurando um lenço. Na palma da sua mão tinha um retrato do tamanho de um cartão de visitas. Ela tocou-o suavemente. Quando eu me inclinei para espiar, ela entregou-o para mim.
- Extremamente orgulhosa.
Dois jovens estavam nessa foto. Eles tinham a mesma cara. A mesma estatura. Um deles tinha um olhar um pouco mais suave do que o outro. Dois Narus.
- Gene...?
Eu apontei para um deles. A Sra. Davis concordou.
Eles eram realmente iguais. Gene estava sorrindo enquanto Naru estava franzindo as sobrancelhas ligeiramente.
- Parece que existem dois Genes, não é?
Masako disse olhando para a foto de um lado, e eu não pude deixar de pensar a mesma coisa.
Parecia que, mais do que a existência de dois Narus, que havia dois Genes lá. Rapidamente percebi o porquê. Naru estava vestindo um suéter azul marinho. A camisa era cor de laranja. Era a primeira vez que eu via Naru vestido desse jeito.
... Ah, entendi. As roupas sempre pretas... Ele estava de luto. Por Gene... Para a outra metade que havia perdido.
Eu rapidamente lutei contra as lágrimas que ameaçavam cair. Eu não tinha o direito de chorar na frente da sua mãe. Essa tristeza era para as pessoas que conheciam Gene bem e o amava.
Devolvi a foto para ela. Ela segurou como se fosse tão preciosa.
- Pobre Gene - disse ela com lágrimas nos olhos novamente. - Naru também. Deve ter sido muito difícil para ele.
- Sim...
- Eles nasceram juntos. E agora estão separados... Como isso é errado. É realmente muito triste.
- Eu também acho.
Eu disse isso quase não conseguindo mais conter as lágrimas. Levantei-me e rapidamente fui para fora.

Parte 2

- Eu sou tão patética...
Apoiei-me em uma árvore na floresta. A lua estava brilhando.
Eu não deveria chorar. Tem alguém que sofre muito mais que eu. Eu deveria estar lhe dando apoio e tentando animá-la.
Mesmo assim, as lágrimas ameaçavam cair. Olhei para cima para não deixá-las cair.
Meu peito doía tanto... Como doía.
Eu realmente não entendo por que dói tanto.
Eu quero chorar. Mas eu não quero chorar.
Assim, quando alguém falou comigo, eu me senti um pouco aliviada.
- O que você está fazendo?
Aquela voz  ligeiramente exasperada era do Naru. Eu limpei o meu rosto e olhando na direção da voz, eu vi Naru olhar verdadeiramente exasperado.
- Você pretende comer a lua? Não importa quanto tempo você vai ficar com a boca aberta, a lua não vai cair.
Tsc... Ele realmente é rude!
Mas, graças a isso, minhas lágrimas secaram por isso vou perdoá-lo, especialmente neste momento.
- Eu não necessariamente quero comê-la.
- Onde está Luella?
Eu não evitar de pensar que é assim que ele chama a sua própria mãe?!
- Ela está no nosso bangalô... E o seu irmão?
- A polícia levou-o embora.
- Huh...
Porque está ele tão calmo? Ele estava como sempre o que era perturbador.
- Você não é realmente honesto com você mesmo...
- Sobre o quê? - Naru tinha começado a caminhar para as luzes da cabine, mas parou e se virou.
- Seu idiota teimoso! Por que você não apenas chora?
- Chorar não é algo necessário.
- Mas você está triste, né?
Naru tinha um leve sorriso cínico.
- Eu estou receoso que eu sou um tolo que não entende a natureza humana.
Esse cara! Ele estava guardando rancor.
- Você não está sendo honesto com você mesmo.
- Todo mundo morre. - Sua voz era calma. - Em cem anos, nenhum de seus amigos ainda estará vivo.
- Eu não acho que esse é o problema aqui.
- Essa é a questão.
Eu olhei para a lua.
- Você vai voltar para a Inglaterra...
- Sim.
Então não há problema em dizer-lhe, certo? Afinal de contas, é tarde demais agora.
- ... Hum, sabe. Eu realmente gostei de você.
- Ouvi mais do que suficiente para saber que você me viu favoravelmente esta tarde.
- Idiota. Não quero dizer dessa forma.
Olhei para Naru. Ele estava olhando para mim um pouco estranho então eu não pude evitar de sorrir.
- Você é tão denso...
- O que você quer dizer?
- Umm, eu queria dizer que eu gostei de você de uma maneira muito especial.
Naru olhou para mim. Aqueles olhos escuros. Ele inclinou a cabeça um pouco, depois o rosto branco sorriu levemente.
- De mim... Ou do Gene?
Minha mente ficou em branco por um momento.
Apenas o que é que esse cara está dizendo?
- Isso é...
Isso é óbvio, certo? Esse tipo de coisa.
Naru vai embora. Por isso que eu pensei em confessar para ele. Porque eu nunca irei vê-lo novamente. Nunca mais.
... Eu nunca o verei novamente.
Eu nunca vou ver aquele sorriso novamente. Nunca, independentemente do que sonhe, ele nunca vai aparecer novamente.
Eu não podia responder. Eu estava tão magoada e triste, as lágrimas caíram.
- Mas... Eu não sabia.
Eu não sabia. Que não era Naru. Eu nunca pensei que ele não fazia mais parte deste mundo. Eu pensei que um dia Naru iria sorrir assim. Mesmo que ele nunca sorrisse assim.
- Eu não sabia... Eu não tinha conhecimento de nada.
Ele sempre me ajudou. Ele sempre me animou. Mas eu nunca agradeci. Eu estava sempre com a impressão errada e estava enganada até o fim.
- Eu sempre o chamava de “Naru”.
Esse é o único nome que eu sempre o chamei. Eu nunca tentei, uma única vez, saber quem ele era realmente.
Meu peito doeu. Doeu muito, eu queria morrer.
Agachei-me ali, e chorei alto.

Parte 3

Depois de um longo tempo, a minha respiração se acalmou, e finalmente fui capaz de olhar para cima.
- Em todo o caso...
Fiquei surpresa com aquela voz nas proximidades. Olhando para o lado, vi Naru de pé ao meu lado. Eu pensei que ele tinha ido embora faz tempo, então eu estava um pouco surpresa.
- Em qualquer caso, você vai vê-lo novamente você querendo ou não. - O rosto pálido estava olhando para o lado.
- ...... Depois de cem anos?
- No seu caso, pode demorar até duzentos anos.
- Hmph.
Minhas forças tinham acabado depois de tanto chorar então permaneci sentada no chão.
- Eu definitivamente vou viver por muito tempo. Mesmo sendo desajeitada e tonta. Vou viver o suficiente para deixá-lo doente.
- Sem dúvida.
- Você não precisava concordar comigo.
- Eu acho que é melhor encarar a realidade?
Hmph.
- Você devia ter me avisado. Se você tivesse me dito tudo no início, eu nunca teria feito este tipo de engano, então eu vou te culpar por isso.
- A culpa é sua por ter sido enganada. Por acaso eu tenho esse tipo de personalidade intrometida?
- Verdade...
Eu sorri e as lágrimas voltaram a cair.
- Eu me sinto como uma idiota... Eu me sentia tão afetada pelas coisas que você fazia, mesmo sem perceber a verdade...
- Huh?
A lua estava brilhando na floresta à noite, e dava para ouvir os suaves barulhos dos insetos.
- É o clima perfeito.
- Huh?
- Até há pouco tempo, eu definitivamente ficaria animada com essa situação.
- Se esperasse o mesmo da minha parte seria um pouco problemático...
- Eu esperaria. Isso é como funciona o coração de uma garota... E no entanto, agora é inútil sabendo que era alguém completamente diferente.
Imediatamente depois de dizer isso que eu percebi as minhas próprias palavras.
- ... Não foi legal. Eu disse uma coisa muito rude, não é? Desculpe.
- Tudo bem. Eu estou acostumado com isso.
Eu me virei e olhei para aquela voz seca e Naru levantou uma sobrancelha ligeiramente.
- Temos a mesma aparência e nossas habilidades são do mesmo nível. Um tem uma boa personalidade e o outro não... Qual você escolheria?
- O de boa personalidade.
- É isso.
... Entendi.
- As coisas eram... Um pouco triste para você.
Muito provavelmente seu irmão conquistava todas as meninas.
- Eu ficava grato assim eu tinha mais tranquilidade.
- Cientista tolo.
Naru olhou para mim e eu sorri.
- Gene disse que você era apenas um cientista tolo.
Naru suspirou. Eu sorri e me levantei.
- Vocês são muito semelhantes do lado de fora, mas por dentro são completamente diferentes, não é?
- Minhas desculpas por ser incapaz de atender às suas expectativas.
- É. Se suas personalidades fossem pelo menos um pouco parecidas, iria me fazer desmaiar.
Eu estava dizendo um monte de coisas rudes. Sinto muito. Perdoe-me. Eu não tenho espírito para voltar sem fazer isso.
- Ainda há tempo.
Eu sorri.
- Existe, talvez, alguém que você gosta?
Naru olhou um pouco surpreso com minha pergunta.
- Eu?
- Entendo... Não tem, afinal de contas. Por um momento, eu queria saber se poderia haver alguém que você queria reencontrar na Inglaterra.
Perguntei pela Masako. Eu sou tão boa.
- Bem, há uma mulher que eu venho perseguindo nos últimos cinco anos.
- Você está brincando! Sério?
- ... Uma mulher em Wimbledon.
- Como em Wimbledon do tênis?
- É isso mesmo. Ela vive no sótão de uma casa velha.
- Quantos anos ela tem? Ela é bonita?
- Eu não tenho certeza. Ela parece ter mais de 80.
......
- Ela está viva, não é?
Naru sorriu levemente.
- Eu não consigo obter dados exatos sobre ela. Ela só aparece nessa época do ano, então eu estou pensando em ir direto para vê-la quando voltar.
..... Sheesh. Ele parece estar realmente ansioso por isso.
- Seria bom ser capaz de encontrar pelo menos uma vez por ano...
Não vou dizer com quem.
- Deve ser melhor não ser capaz de encontrar.
- Verdade...
Seu perfil iluminado à luz do luar parecia tanto com ele. O suficiente para me fazer chorar.
- Seu sorriso era tão bonito... Eu amava aquele sorriso.
- Eu sei.
- Era muito, muito bonito.
- É...

Parte 4

Na manhã seguinte, Ayako pergunta para Mai se ela está bem. Ayako e Masako provavelmente perceberam que Mai acordou no meio da noite e chorou. Seus olhos estavam muito inchados e ela mal conseguia abri-los. Mai admite que ela esperava encontrar Gene em seus sonhos na noite passada, mas não conseguiu.
Aparentemente, depois da sua conversa com Naru, ela contou tudo para Ayako e Masako.
Ayako dá a Mai um colírio para usar enquanto Masako dá uma toalha fria.
- Ei, grandes romances em peças sobre tragédias soam tão belos, mas na realidade é bastante inconveniente, não é?
- Que bobagem você está falando? Você está pensando em passar o dia assim?
Ayako decide fazer o café da manhã fora com os rapazes para que Mai tenha mais tempo para ficar apresentável. Ela diz a Mai que vai trazer o café da manhã para ela mais tarde e sai da cabine.
- Ei Masako!
- O que foi?
- Eu pensei isso ontem também, mas você ainda tem uma chance, sabia?
Eu ouvi um leve suspiro.
- O que você está dizendo exatamente... Não há necessidade de se preocupar comigo. Eu pensei nisso também.
- Hmm...
- Tudo o que tenho a fazer é ir vê-lo. Não é como se eu não pudesse comprar uma passagem de avião. Embora a grande questão é se ele irá me receber se eu for vê-lo.
- Vai ficar tudo bem.
- Eu tenho dúvidas.
- Sim. Até agora... Eu tenho certeza que Naru não conseguia pensar em outras coisas. Ele estava completamente focado na busca do Gene.
- Seria bom se esse fosse o caso...
É. É verdade que ainda há alguma incerteza.
- Eu estou lhe dizendo, ainda há esperança. Há muito tempo atrás, você pegava o braço de Naru, certo? Ele não se livrava de você, então eu tenho certeza que deve significar alguma coisa.
Eu ouvi um suspiro da Masako.
- Eu acho que é diferente.
- Diferente?
- Parece que isso é só a personalidade de Naru.
- Huh?
- Parece que ele se sente extremamente desconfortável de ter alguém agarrando ele assim.
Hmm...
- Acho que ele não sabe o que fazer. A primeira vez que tomei o seu braço, ele congelou por aproximadamente um minuto.
Sentei-me. A toalha caiu e eu olhei para Masako.
- Sério?
Um minuto...
- Sério.
- ...... Huh. Mas muitas vezes você ia e pegava o braço dele, certo?
Masako desviou o olhar irritada.
- Eu pensei que eu estava sendo um pouco sem-vergonha mesmo, mas ele não entendeu.
- Ahh.
- Eu percebi que ele estava desconfortável com isso. Mas eu fiz um pouco para incomodá-lo.
- Esse tipo de forma distorcida de mostrar o seu interesse não é bom.
- Eu sei. Eu não tenho feito isso ultimamente, né?
- Boa menina. Mas se você não se apressar, eu vou voltar a entrar na guerra.
- Seja minha convidada.
Uau. Que confiante!
- Eu me pergunto se estaria tudo bem se eu levar isso a sério? De qualquer forma, eles têm a mesma aparência.
- Eu não vou perdê-lo para alguém com esse tipo de motivação.
- Ahahaha.
- Se você pretende voltar a entrar na guerra, você deve fazer algo sobre o seu rosto em primeiro lugar.
Ela apertou a toalha contra meus olhos novamente.
- Ok.
- Eu estou indo lá para ajudar, então certifique-se de se acalmar. Se você acabar chorando de novo, você vai ser um grande espetáculo. Sua base é a sua base depois de tudo.
- Você fica quieta. De qualquer forma, eu não sou tão bonita quanto você.
- Meu, por que você está apontando o óbvio neste momento?
- Sua...
Peguei a toalha dos meus olhos e pensei em bater nela, mas surpreendente ela já estava fora de alcance.
- Bom descanso.
Acenei a mão para aquele rosto lindo.
- Sim, sim. Vou descansar.
...... Eu estou bem. Eu não vou chorar.
Apesar de não existir uma despedida maior que essa, não é como se meus sentimentos por ele tivessem sido recusados. Acho que vou ficar triste por um tempo, mas vou superar isso.
Dói agora, realmente dói agora, mas é inevitável... As pessoas não podem estar sempre felizes. Sem dúvida todos têm esses tipos de experiências dolorosas, e eu acho que eles conseguiram superá-las. Sem dúvida, sobre isso que a vida é.
Embora minhas palavras sejam um pouco atrevidas.
- Eu me pergunto o que ele queria me dizer...
Essa é a única coisa que me incomodava.
As palavras de Gene da última vez que o vi.
"- Há algo que eu queria te dizer, mas..."
Não é como se todos os mistérios tivessem sido revelados. Isso também poderia ser a vida.

****

Agora meus comentários!!
E esse é o capítulo 15! A parte 4 ficou estranha, mas é que em inglês estava assim! Acho que foi outra pessoa que fez a tradução para inglês pois não segue o padrão das outras!
Nesse capítulo eu tiro meu chapéu (se eu usasse chapéu...) para o Naru! Ele foi bem bacana com a Mai. E eu acho que ela é a única que tem alguma chance com ele! - Masako pode procurar um bofe novo para dar em cima! 
Quando ela confessou para ele, ele não deu um fora nela! E foi bem bacana de ter ficado ao lado dela enquanto ela chorava. 
Outra coisa é a interação entre os dois! Ela é a única pessoa que ele trata com intimidade! Não só de chamar pelo primeiro nome e sem honoríficos (o que no Japão é muita coisa, mas pra mim não é! rs) ele também brinca com ela e sempre responde as perguntas dela, mesmo que às vezes ele dê uma resposta meio grossa, pelo menos ele responde, coisa que não faz com os outros.
E mais uma coisa, ele vai atrás dela! Casualmente, mas  ele vem até ela para conversar.
Quem tomou o fora nesse capítulo foi ele!! Pobre Naru, mais uma vez o Gene passou ele pra trás! Hahaha
Apesar de no capítulo anterior a Mori-san ter dito que Naru se sentia incomodado até com Gene eu acho que não era nada disso! O fato dele ter procurado tanto pelo corpo do irmão e de ainda estar de luto mostra a tristeza dele! Ele só não demonstra da mesma forma que outras pessoas. Talvez pelo fato dele saber que Gene ainda "vive" em outro lugar!
Meus devaneios ficaram longos dessa vez...
E no próximo post o epílogo!!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...