7
O sol havia se posto, e os arredores começaram a
ficar escuros. O monge e John voltaram para a Sala de Reuniões.
Assim que entrou na sala o monge assoviou.
“Oh, Mai, está em seu próprio mundo com seu
namorado? Quanta maturidade.”
Realmente. Quem é meu namorado?!
“Yasuhara-kun também é bem rápido. A juventude é
ótima~:
Isso, ah…
“Takigawa-san, isso não é justo. Foi uma rara oportunidade
que para nós termos uma conversa profunda.”
En!
Ao ouvir a resposta inteligente de Yasuhara, John
bateu a cabeça no quadro branco. O monge, também, encarou Yasuhara com um
sorrisinho.
“Eu gostaria que você tivesse mais consideração
pelos sentimentos dos outros.”
Como se contasse um segredo, o monge colocou suas
mãos nos ombros de Yasuhara.
“Meu jovem… Vamos conversar um pouco.”
“Sim.”
“Eu entendo seus sentimentos, mas você deve considerar
a situação e o local.”
“Ah, certo. Da próxima vez, farei meu melhor.”
Isso… Isso…
“Você tem que considerar a atmosfera para esse
tipo de coisa…”
Isso… Ei, ei?
Olhando fixamente para Yasuhara, o monge disse, “Você
gosta da Mai?”
“Sim, eu gosto.”
… …
“Ah, mas também gosto de Shibuya-san. Ele é muito
bonito!”
Gong. John bateu a cabeça no quadro branco de
novo.
“Mas eu gosto de Takigawa-san ainda mais *coração*”
O monge olhou seriamente para Yasuhara pelo canto
dos olhos.
“Meu jovem…”
“Sim?”
“Você, você está zombando de mim?”
“É claro *coração*”
Com um grito de “ai”, o monge o empurrou. Para
escapar do golpe do monge, Yasuhara se colocou atrás da mesa.
“Não brinque com adultos!”
“Isso foi porque você estava querendo brincar com
crianças.”
Sim, sim…
Sorrindo, Yasuhara serviu café para os dois.
“Como o trabalho está indo?”
O monge parecia ter recebido uma pergunta que ele
não gostaria de responder.
“Não estou com vontade de responder à perguntas
sobre o trabalho.”
“Não está indo bem?”
Em resposta à minha pergunta o monge simplesmente
encolheu o pescoço. John fez uma marca na Sala de Geografia, onde a lâmpada
fluorescente caiu durante a limpeza. Ele marcou-a fazendo um “J”. Isso
significava que aquele lugar já havia sido exorcizado por John. Enquanto ele
continuava marcando outros lugares, ele respondeu no lugar do monge.
“A quantidade é muito grande.”
A planta da escola estava no quadro branco. Lugares
problemáticos foram marcados com números, e os lugares que foram exorcizados
eram marcados em vermelho.
Depois de um dia inteiro, apenas um quinto tinha
sido concluído.
“Qual é a situação com Masako?”
Dessa vez também não podemos contar com Masako?
O monge suspirou.
“Embora ela insista que embora não possa vê-los,
mas pode definitivamente senti-los, eu não sei o que está acontecendo realmente.”
“Ei, o Naru não disse que no Japão a Masako é uma
médium de nível um? Uma coisa desse tipo aconteceria com uma médium de primeira
classe?”
“Tem razão…”
O monge gemeu dolorosamente.
“Masako é boa ao canalizar espíritos.”
“Canalizar espíritos?”
“Ah. Ela invoca um espírito e deixa que ele
possua seu corpo. Então ela pode fazer profecias, e responder à perguntas. O
que ela faz não é muito diferente de Kokkuri.”
“Ah, programas de televisão muitas vezes
transmitem isso.”
“Aparentemente, ela já fez muito isso. Mas…” O
monge parecia sentir dor. “Naru disse antes, ‘as únicas coisas que espíritos
sabem, têm a ver com a morte’.”
Hmm.
“Nunca duvidei disso antes, mas quando Naru disse
isso, pensei que devia ser o caso. Por exemplo, eu deixei Masako invocar o
espírito do meu avô de volta do mundo dos mortos. Meu avô, possuindo Masako,
não apenas sabia coisas que só meu avô e eu saberíamos, mas também respondeu
minhas perguntas. ‘’Como vai ser minha sorte no amor?’ ‘Mais ou menos.’ Esse
tipo de conversa.”
“Sim.”
“A conversa entre o espírito e eu foi assim, mas
o que realmente acontece?”
Eu... Entendo. Isto é muito difícil. John entrou
na conversa.
“Algum tempo atrás, me pediram ajuda para
escrever um artigo. Há alguns pesquisadores que dizem que existe dois tipo de
médiuns.”
“Dois tipos?”
“Sim. Médiuns reais e aqueles que têm Percepção
Extra-Sensorial.”
O monge concordou.
“Ah, não tenho certeza, mas acho que já ouvi isso.
Esse seria o Professor Davis.”
“Então você lembra. O que o Professor disse foi, que
médiuns não precisam ter poderes psíquicos.”
“Ha?”
Eu não entendia a conversa deles por completo.
“É por isso… Digo; a médium pode invocar o
espírito do meu avô, certo? O espírito do vovô pega o corpo da médium
emprestado e diz coisas que só meu avô e eu sabemos. Algumas pessoas dizem, que
o espírito do meu avô não precisava necessariamente possuir o corpo da médium.”
“Mas a médium não sabe coisas que só John e seu
avô saberiam?”
“Sim. Mas pode não ser o espírito que conta ao médium.
A médium pode ter PES (Percepção Extra-Sensorial)… Tem uma chance de que ela
seja psicometrista.”
“Psico…? O que é isso?”
“Psicometrista. É uma pessoa com psicometria. Essa
‘psicometria’ é ser capaz de poder sentir a história ou eventos relevantes por
meio de objetos. Por exemplo, você pega uma mala na rua. Um psicometrista
poderia ver o passado e o futuro da mala; que tipo de pessoa o dono da male é,
o que está fazendo agora, e o que vai fazer depois disso.”
“É assim?” Eu perguntei, e John assentiu.
“Sim. Exatamente. O próprio Professor Davis é um
psicometrista, é por isso que ele criou essa teoria.”
“Esse Professor Davis, é aquela pessoa que tem psicocinese
(PK)?”
“Sim. O Professor Oliver Davis. Ele era um
pesquisador na SRP – Society of Psychical Research (Sociedade de Pesquisa Psíquica).
Ele não apenas era um psicometrista, ele também podia usar PK e PES. O Professor
Davis tinha um irmão chamado Eugene Davis, que era um médium. O Professor antes
tinha mencionado que Eugene Davis era um puro médium. Embora Eugene não
conhecesse a Alemanha, se ele invocasse um espírito alemão, ele falaria alemão;
se fosse grego, ele falaria grego. Esse tipo de ocorrência é muito rara. Seria
impossível a menos que um espírito o possuísse. Entretanto, entre os médiuns,
há alguns que falam japonês, independente da nacionalidade do espírito invocado.”
Então o caso é esse…
“Não muito tempo atrás, eu vi um programa de
Itako (uma médium espiritual da região nordeste do Japão) canalizando espíritos
na televisão. Naquela vez Itako invocou Marilyn Monroe. Invocar a Monroe é
engraçado, mas aquela Monroe podia falar até japonês. De qualquer forma, eu
achei aquilo muito estranho e muito engraçado.”
“É?”
“Há alguns casos assim, mas por outro lado,
também há médiuns como Eugene Davis, Rosemary Brown e Frederic Thompson.”
“Ha…?”
O monge explicou para não ficar de fora, “A
senhora Brown compôs músicas com a ajuda de espíritos. Supostamente ela não
tinha treinamento musical, mas podia fazer música através da invocação de
espíritos. Dentre os espíritos invocados, estavam Beethoven e Chopin, e outros
compositores, então algumas das músicas dela eram até no estilo de orquestras. As
músicas eram completamente no estilo de vários compositores, e de uma
perspective musical, elas pareciam ser muito bem aceitas.
“E quanto a Thompson, ele desenhava. Ele deixou o
espírito de um pintor chamado Robert Swain Gifford possuir seu corpo, e deixou
que ele desenhasse. Os desenhos eram todos de cenários, lugares que Gifford
visitou quando estava vivo; além disso, eram lugares que ele tinha mencionado
aos amigos que gostaria de desenhar. Agora, o mais inacreditável, Thompson não
tinha visitado os locais, nem visto uma fotografia dos lugares. E é claro, a
arte era totalmente no estilo de Gifford.”
“Ele…”
John concordou.
“Apesar disso tudo, entre os médiuns há aqueles
que sobressaem respondendo perguntas ou fazendo previsões. O Professor Davis
também disse uma vez, que ao invés de chamarmos eles de médiuns, devíamos
chamar de pessoas com Percepção Extra-Sensorial. Pessoalmente, ele não
acreditava que respostas e profecias eram passados, por meio de espíritos.”
“Hmm hmm”
“Então era assim.” O monge sussurrou.
“Masako seria considerada uma médium desse ultimo
exemplo. Seja respondendo perguntas ou fazendo profecias, ela era excelente. Em
outras palavras, ela era mais como uma psicometrista. Ela também disse que era
mais fácil com espíritos com que tinha uma forte conexão.”
Yasuhara suspirou, parecendo preocupado.
“É realmente complicado.”
Por alguma razão, eu não podia relaxar.
“Isso eu sei... Mas o que exatamente está
acontecendo? Isso mudou tanto a ponto de Masako não ter a habilidade de ver
espíritos?”
“Não estou dizendo que ela é completamente
incapaz disso. Mas se levarmos em consideração que ‘Masako pode ver espíritos’,
é como se ela tivesse uma ‘visão clara’ por meio de um objeto, ou a escola...
embora eu não esteja muito certo.”
Hmm~
“É por isso que Masako não precisa ser capaz de
ver aqueles espíritos necessariamente. Agora mesmo, aqui, poderíamos estar
cercados por espíritos que Masako não pode sentir.”
Entendo…
“Mai, você entende?”
“Ah… Estou ficando com dor de cabeça...”
O monge suspirou.
“Eu também. É porque estamos pensando em coisas
inimagináveis.”
“Exato.”
“Portanto, Mai,” o monge olhou para mim.
“Você já sentiu alguma coisa?”
Eu?
Antes que eu pudesse responder, Yasuhara disse,
do nada, “Ah, você não disse isso antes. Que o incêndio poderia ser na Sala de
Vídeo ou algo assim.”
John e o monge viraram para me encarar.
Wu… Espere um minuto. Aquilo pode ter sido só um
sonho.
“Mai?”
Como o monge insistia, eu contei o incidente, com
dificuldade.
“Foi um sonho que tive quando cochilei.”
“E então?”
“Eu quis dizer…”
Tremendo de medo, eu descrevi o sonho. É claro
que removi a parte em que Naru aparecia.
O monge ficou parado, com o rosto sério.
“Mai. Vá dormir. Vá dormir agora.”
“Ha?”
“Seus sonhos têm algum significado. Está
coletando informações. Seja uma boa menina e vá para a cama.”
“É verdade. Mai-san, por favor, vá dormir.”
O que aconteceu? Até o John estava assim.
“Pode ter sido um simples sonho.”
“Isso é impossível. O exorcismo das alas com
fechaduras especiais realmente foi feito por Hara-san e Matsuzaki-san.”
Uh?
“Ma… Mas, pode ser uma coincidência…”
“Sabe? Isso foi pesquisado por Charles Tart e
outros: sonhos e PES tem uma conexão profunda.”
“Ha…”
“Em especial, naqueles que têm um sono profundo. Eles
têm experiências com o fenômeno da PES depois.”
“Sim. Uma maneira mais certa de saber isso é o AdEC,
Alteração Discreta do Estado de Consciências.”
Espere um minuto...
“Esse estado de dissociação de consciência é o
mais forte, quando médiuns invocam, ou quando usuários de PES usam seus poderes
de psicometria. Como Naru, você tem uma PES latente. Além disso, você descreveu
a parte em que Ayako faz o exorcismo, corretamente. Seus sonhos definitivamente
têm significado. Vá dormir.”
Não podia ser. Além disso, não podem parar de
dizer essas palavras profundas, toda hora? Para começar, mesmo que me mandem
dormir, não é fácil dormir assim!
“Esqueça isso.”
Foi Yasuhara quem disse.
“Mesmo que seja Taniyama-san, é difícil se forçar
a fazer as coisas que os outros querem desse jeito.”
Exatamente. Exatamente.
“E ela não parece acreditar em suas próprias
habilidades.”
Sim, sim.
“Não podemos depender da Masako. Nós estávamos
apenas nos agarrando à esperança que você é Mai. Talvez, como a habilidade de
Masako de ver espíritos, você não seja capaz de prever essa situação.”
“Está certo, quanto mais relatórios, melhor, está
decidido.”
Mas…
“Hoje à noite vamos descobrir.”
Yasuhara disse, com certeza na voz.
“Hoje à noite, ou para ser mais exato, amanhã de
manhã, se o incêndio acontecer, vamos saber exatamente o quanto podemos confiar
nos sonhos de Taniyama-san. Se o incêndio acontecer na Sala de Vídeo, você vai
poder ser capaz de acreditar em suas habilidades, Taniyama-san.”
En… Talvez…
“Se este for o caso, Taniyama-san vai nos ajudar
a superar tudo isso.”
“Meu jovem, desde quando você começou a ser o auxiliar
da Mai?”
“De agora em diante.”
Realmente… Vou seguir seus desejos então…
Ao escurecer, todos nos recolhemos, o monge e
John explicaram a todos, a situação.
Embora eu esperasse isso desde o começo, Ayako e
Masako me lançaram olhares frios. E contrastando a isso, Naru e Lin-san
continuaram sem expressão.
Antes que Ayako pudesse usar sua lingual afiada,
Naru ergueu suas mãos pedindo silêncio.
“Yasuhara-kun está certo. Só precisamos ver onde
vai acontecer o incêndio para descobrir. Lin –“
Naru virou para Lin-san, que continuava a suas
costas, esperando, como um espírito preso.
“Arrume o equipamento na Sala de Vídeo.”
Sério? Está tudo bem, acreditar no sonho que eu
tive? Não vou me responsabilizar…
Com sentimentos confusos, eu arrumei o
equipamento na Sala de Vídeo. Eu perguntei a Naru onde parecia suspeito, e ele
disse, “ali”, com a confiança de um psíquico. Eu estava desconfiada, mas apesar
disso, estava um pouco feliz. Mas se não houvesse incêndio, vou parecer uma
idiota sorridente. “Tenho que fazer isso certo, dessa vez”, pensei comigo mesma.
Eu estava esperando ansiosa pelo amanhecer, para
saber o resultado do experimento. Quando o céu clareou, pra ser mais exata, às
4:32:24 da manhã, chamas, de repente, jorraram de uma parede fria.
Era a Sala de Vídeo.
8
Estávamos fora da Sala de Vídeo naquela hora.
Como já era a hora de o incêndio acontecer,
observamos a situação na sala, através do equipamento. É claro, que a Sala de
Vídeo não era a única sob observação. Lin-san e John estavam do lado de fora da
sala com fechaduras especiais, observando a situação lá.
Mas, o único lugar onde ocorreu um incêndio, foi
a Sala de Vídeo.
Pelo monitor, Naru, o monge, Yasuhara e eu, vimos
a parede incinerar com nossos próprios olhos. Do nada, chamas jorraram da
parede da sala.
O incêndio era foi mais intenso que os
registrados anteriormente. Num instante, o teto estava queimado, e o fogo se
espalhou pela sala.
O monge e Yasuhara correram para a sala,
carregando extintores de incêndio.
“Muito bem.”
O monge me aplaudiu. Eu comecei a me sentir muito
perplexa.
“Eu entendi. O que devo fazer?” Para dizer a
verdade, era isso que eu sentia. De agora em diante eles não pensariam que meus
palpites podem estar certos? Talvez eu fosse prever as coisas corretamente,
talvez não. O que vou fazer se o que eu previr não estiver certo?
Ao contrário de mim, que estava desesperada, Naru
estava inexpressivo, e perguntou, “Quais os outros locais onde as luzes
flutuantes estavam?”
“A Sala de Impressão, e a sala LL e…”
Minha voz ficou baixa enquanto eu lembrava as
salas onde tinha visto as luzes flutuantes, no sonho.
Isso era um incidente incrível…
Logo a responsabilidade caiu sobre meus ombros.
Atrapalharia todo mundo se eu desse uma informação falsa. Mesmo se eu não
tivesse certeza de se o que disse era verdadeiro ou falso. O que eu devia fazer?
“Mai?” Olhando para mim, que estava em silêncio,
Naru insistiu.
“A luz flutuante na enfermaria parecia maior. Mas
isso pode ser só coincidência. As novas previsões podem não estar certas…”
As palavras margas de Naru cortaram minha
resposta, duramente.
“Não tenho grandes esperanças em você.”
Som de alguém *Muito Triste*.
Não. É assim que tem que ser. Seria terrível se
todos tivessem grandes expectativas em mim. Apesar de dizer isso, me senti
muito sozinha, por dentro. Ah, o ser humano é muito complicado.
Falando em complicação, Masako e Ayako, que
correram para a Sala de Vídeo, me olhavam com expressões muito estranhas.
Deixando de lado Ayako, a confiante-sem-razão, eu podia entender os sentimentos
de Masako.
Tendo sempre carregado tamanha responsabilidade.
Se fosse eu, eu teria um pouco de confiança em mim mesma, se minhas previsões
estivessem certas umas cem vezes. Mas, se quando minha confiança começasse a
crescer, minhas previsões, de repente, não estivessem mais certas, e se ao
invés disso Ayako ou outra pessoa previsse corretamente, eu estaria um pouco
abalada.
Dessa vez não importava que tipo de comentários
sarcásticos fariam, eu enfrentaria isso. Sim.
“Não pense muito nisso. Só faça o que faria
normalmente. Se pensar muito, vai acabar sem conseguir fazer nada.”
“Ok…”
Eu movi meus olhos. A câmera parada no meio da
Sala de Vídeo, capturou minha visão.
Embora o fogo, felizmente, tivesse sido extinguido,
o equipamento montado lá era uma visão patética.
“Coitada…”
Eu passei a mão pela câmera que estava coberta de
branco por conta do extintor.
“Ei, Naru, essa câmera está quebrada?”
Naru deu de ombros.
“Deveria estar arruinada. No mínimo, não vai
poder ser ajustada.”
“Wa, que desperdício…”
A câmera era muito cara. Foi isso que eu ouvi.
Naru rispidamente disse, “Ela estava no seguro.”
Ah, então era assim? Isso é bom… Então… en?
“Naru. O que você disse?”
“En?”
“Você não disse que colocou ela ‘no seguro’,
disse?”
Quando Naru e eu nos conhecemos, essa câmera cara
teve uma participação. Naru disse para mim, que eu tinha quebrado a câmera
acidentalmente, “Você vai pagar por ela? Se não, vai ter que trabalhar para
mim.” O que foi isso? Ela já estava no seguro?”
Naru se fez de surdo e mudo.
“Você só queria alguém para ajudar e me enganou,
seu bastardo~”
Frustrado, John abriu a boca para falar.
“Esqueça isso. Fique feliz por nada ter
acontecido, no fim. Em… Embora isso seja, realmente, triste, Shibuya-san. É tão
raro alguém presenciar um fogo que se inicial do nada; embora seja uma oportunidade
incrível para fazer um vídeo, nessa bagunça o precioso vídeo também...”
A situação já era uma grande confusão, por isso
continuar a discutir, não ia ajudar em nada. John provavelmente queria dizer
algo assim. (John, como sempre, falava de forma confusa quando se sentia
frustrado)
No entanto, dizendo isso, os olhos de John, os
meus, e os de todos estavam fixados nas mãos de Naru. Algo preto e retangular.
– Uma fita.
A fria voz do monge veio do lado.
“Este é um exemplo real, em que um rolo de fita é
mais precioso que a vida humana.”
Esse, esse cara.
Naru virou para Lin-san.
“Lin, arrume o equipamento de novo.”
Abominável… Esse cientista absurdo!!
Eu não era a única a reagir mal àquele silêncio.