6
Com o grupo de Yasuhara liderando o caminho,
fomos até a sala - 3-1.
A sala se localizava no primeiro andar do Bloco
Oeste. O complexo do Colégio Ryokuryou tinha o formato de um “コ”, para
o norte ficava o ginásio; A sala dos funcionários e a cantina dos estudantes
eram adjacentes e ficavam no Bloco Norte; Virando uma curva entrávamos no Bloco
Leste, que consistia nas salas especiais; virando outra curva estaríamos no
Bloco Sul, onde ficavam as salas comuns. Uma curva depois do Bloco Sul, levava
ao Bloco Oeste. Era um prédio de três andares que era composto apenas de salas.
Logo que a porta foi aberta, um cheiro fraco atingiu
meus sentidos com força. Era um fedor detestável, como o cheiro de algo podre.
Yasuhara entrou na sala, e se virou para nos encarar.
"Eu praticamente não consigo mais sentir o
cheiro, e quanto a vocês, pessoal?"
Naru acenou.
"Não é um cheiro muito forte, mas
definitivamente existe um odor."
Bou-san abriu as janelas da sala.
"Mesmo depois de abrir a janela, o fedor não
se dissipa."
Estreitando os olhos, Naru examinou a sala. Tocando
em cada mesa, ele se moveu pela sala.
"Não há um lugar em que o cheiro seja mais
forte."
Yasuhara concordou.
"É exatamente assim. Mesmo que tenhamos
procurado com cuidado para encontrar a fonte do cheiro, a sala inteira fede."
Naru assentiu, e depois ele, de repente, ficou
parado. Ele virou para olhar na direção do grupo de Yasuhara que estava perto
da porta.
"Alguma coisa estranha já aconteceu aqui?"
"Coisas estranhas?"
Yasuhara inclinou a cabeça. A expressão de Naru
era severa.
"Como invocações, esse tipo de coisa."
Naru estudou o rosto de todos, o grupo começou a
murmurar.
"Ele não está falando de Worikiri-sama?"
"Isso
é..."
Se sobrepondo às várias vozes em discussão, Naru
disse, "O que é isso?"
Yasuhara representou o grupo para responder.
"Recentemente… Melhor dizendo, desde o
começo do Segundo semestre, Worikiri-sama tem sido popular. É isso?"
Essa última frase foi direcionada às garotas que
estavam atrás dele.
As garotas concordaram, nervosas.
"Não só na nossa turma, é popular por toda escola
- Worikiri-sama, Gongen-sama e outras coisas."
Worikiri-sama...?
"O que é isso?"
Embora eu tenha feito a pergunta a Bou-san, ele virou para encarar as garotas.
"Eu tenho um comigo, não foi usado." Uma
garota tomou a frente. Ela pegou um pedaço de papel da mesa dela.
"Isso."
Ah!
No papel estavam os Cinquenta Sons. Isso é...
Kokkuri-san...
Bou-san parecia pensar isso também.
"Isso é Kokkuri-san?"
As garotas começaram a gritar. A garota que nos
deu o papel, nos encarava, muito insatisfeita.
"Até parece. Seu suposto Kokkuri-san é para convocar
uma raposa, certo? No centro tem uma ilustração de um Torii (pássaro)... E ouvi
dizer que Kokkuri-san é muito perigoso, e não deveria ser utilizado de forma
casual. Por isso, olhe."
Ela apontou para o símbolo estranho no meio da
página. Haviam palavras organizadas para formar um círculo, com as palavras
"Sim" e "Não" dos dois lados. A palavra repetida "鬼(Oni;
Demônio)" arrumada num círculo e o molde quadrangular dentro dele, davam
uma impressão estranha.
"Worikiri-sama é invocar um deus. E é muito
preciso ao prever combinações amorosas, etc. Gongen-sama é..."
Enquanto ela falava, Bou-san tomou o papel sem
avisar.
"Olhe isso!"
"Como Gongen-sama aparece?"
Bou-san amassou o pedaço de papel e formou uma
bola.
"Gongen-sama é um deus invocado. Porque é um
deus, ele pode nos ajudar a resolver problemas, etc..."
Bou-san arremessou a bola de papel. Ela bateu na
parede antes de cair na lixeira.
"O quê? Há um problema?!"
A garota olhou para Bou-san, com dificuldade.
"Gongen-sama.
Tarou-san. Hitofude-sama. Cupid-san. Todos eles são aliados de Kokkuri-san."
"Eh!"
As exclamações não vieram da garota que nos deu o
papel.
"O que vocês estava fazendo era real e
verdadeiro Kokkuri-san. É a mesma coisa, não importa como você chame isso. Você,
casualmente, invocou espíritos, e os tratou como brinquedos."
"Como isso poderia..."
Bou-san parecia furioso.
"Até os não iniciados são capazes de
invocar. Qualquer um pode convocar um espírito, mas para mandar um espírito de
volta, é necessário prática. Não faça mais isso."
"Mas... todos dizem que se for Worikiri-sama,
então não é nada assustador e não importa..."
"Isso é besteira. É por causa de todos vocês
que fazem esse tipo de estupidez que esses distúrbios estranhos aconteceram!"
Vendo o rosto de Bou-san, a garota imediatamente
ficou deprimida.
"Realmente, em todo lugar é assim. Na turma
onde o cachorro preto apareceu, também tinham pessoas brincando com esse tipo
de jogos doentios. É provável que eles tenham invocado um espírito de nível
mais baixo. A causa do envenenamento deve ter sido algo similar."
"Mas! Worikiri-sama é muito popular pela
escola!"
"Bom... Esse cara é muito sortudo, o prédio
da escola ainda vai entrar em colapso."
As garotas baixaram suas cabeças.
Naru interrompeu.
"Você diz que ele é muito popular. Quão alta
é essa popularidade?"
As garotas encararam umas às outras.
"A verdade é que na escola, todos estiveram
fizeram isso."
"Entre os que estão presentes aqui, tem
alguém que não fez isso?"
Incluindo Yasuhara, nenhuma pessoa levantou a mão.
7
Nesse momento nos espalhamos e visitamos várias
salas, apanhando qualquer aluno remanescente, e perguntando se e quantas vezes
eles tinham feito Kokkuri-san.
O objetivo principal da investigação era
determinar a popularidade; a proporção de alunos que tinham feito isso; estimar
a frequência com que praticavam. A investigação estava mais ou menos complete
antes do pôr do sol, então retornamos para a sala de reuniões para tomar um chá.
Como a sala de reuniões não tinha acessórios,
Yasuhara trouxe os utensílios para fazer café da sala do conselho estudantil. Depois
de usar uma antiga lâmina de aquecimento (heating plate) para ferver a água, eu
adicionei o café instantâneo. Lavei cuidadosamente a xícara de chá esmaltada,
que tinha o estilo das xícaras antigas do oeste, e apreciei a sensação de
nostalgia. Ela deve ter sido usada por muitas gerações de conselhos estudantis.
"Como está?"
Depois de servir o café para todos, Yasuhara
sentou. Depois nos sondou.
Se apoiando nas costas da cadeira, Bou-san olhou
para sua pilha de anotações, deu um grande suspiro antes de colocá-las sobre a
mesa.
"Essa coisa é enorme, que Deus nos ajude."
"Isso é tão sério?"
Bou-san moveu a cabeça, frustrado.
"Todos os estudantes da escola estão fazendo
Kokkuri-san."
Seu suspiro foi em direção às anotações.
Aqueles eram os resultados da investigação feita
com a ajuda de Yasuhara e seu grupo. De todos os estudantes, mais de 90% fizeram
Kokkuri-san pelo menos uma vez, e desde setembro, a maioria deles fez isso em
todo intervalo.
Em novembro e dezembro, antes dos estranhos
incidentes começarem, a quantidade era baixa. Apesar disso, quem sabe quantas
vezes os espíritos foram invocados na escola com sucesso, repetidamente?
"... é culpa dos espíritos que foram
invocados. Exatamente, quantos espíritos estão assombrando a escola? Talvez não
apenas milhares, talvez dezenas de milhares."
Bou-san soltou outro grande suspiro e se virou
para Naru.
"Quero dizer, Naru-chan, você está mesmo
falando sério?"
Naru, também parecendo frustrado, olhou para for
a da janela, e não respondeu.
"Quer dizer, por que nós simplesmente não
desistimos e vamos embora. De qualquer forma é responsabilidade dos estudantes,
então eles simplesmente deveriam exorcizar os espíritos eles mesmos e o caso
estaria resolvido." – disse como uma criança tendo um ataque de raiva.
"Não posso suportar isso. Fazer Kokkuri-san e
o sujeito chama espíritos indomáveis."
Yasuhara disse "relaxe, relaxe," sinceramente.
"Eu entendo o que está sentindo. Por favor."
"Certo. Eu vou te ensinar as formas de
exorcizar, e você vai fazer isso."
"Isso..."
O rosto de Yasuhara estava confuso. Eu reprendi
Bou-san, dizendo,
"Isso não vai servir, monge! O diretor pediu
um favor a nós."
"Por mim, eu não gosto do diretor dessa
escola."
"Ah, então você está sendo difícil porque
Matsuyama o intimidou."
"Cale a boca..."
Eu desarrumei o cabelo de Bou-san.
"Pobre Bou-san. Sua alma pura foi machucada."
"Exato. Ser injustamente tratado como um
vigarista; embora não aconteça com muita frequência. De verdade, é trabalhoso
ser usuário de poderes psíquicos."
Bou-san fingiu chorar.
"Se é esse o problema, damos um jeito. Junte
todos os espíritos e faça com que se concentrem em Matsuyama, seria engraçado."
"Oh, não é uma má ideia."
En, no momento em que Matsuyama é mencionado,
Bou-san presta atenção.
"Eu realmente sinto muito que Matsuyama seja
esse tipo de cara."
Não, isso não é algo pelo qual você tenha que se
desculpar, Yasuhara.
"Da perspectiva dos estudantes, questões que
envolvam esse cara são completamente ignoradas. Todos tentam não ter nada a ver
com ele, porque não é como se ele ouvisse a opinião dos outros. Pelo contrário,
os estudantes que são mais maduros ao tolerá-lo."
Não pude evitar achar as palavras de Yasuhara incríveis...
Bou-san ergueu a cabeça.
"Yasuhara-kun, você está bem?"
"O quê?"
"Isso é, com você ajudando a gente com
nossos pedidos... Matsuyama disse alguma coisa a você?"
"Não se preocupem. Porque minhas notas são
boas" – Yasuhara disse isso sorrindo, mas sério.
"No passado ele falou muito. Não estou muito
certo de quando foi, mas eu escrevi que meu objetivo era entrar no Departamento
de Literatura e Economia, e de repente, ele parou de me criticar. Pessoas que
abusam de seu poder são fracas quando têm que enfrentar o poder."
Então foi assim.
Ao descobrir a verdade, Bou-san e eu ficamos
impressionados. Eu não sei se Naru estava ouvindo, ele estava olhando para fora
da janela parado.
"O que é? Continua pensando profundamente em
alguma coisa?"
Naru continuou em pensamento profundo.
"...sim. Não é como se fosse algo profundo, só
estou um pouco preocupado."
"Preocupado? Com o quê?"
"Como Matsuyama mencionou, o Japão atual
parece ter tornado o oculto popular."
"Assim parece. E daí?"
"Entre as escolas do Japão em que
Kokkuri-san é popular, quantas vocês acham que existem?"
Então é isso. "Por que essas coisas
estranhas só aconteceram no Colégio Ryokuryou?" provavelmente é o que ele
está tentando dizer.
"Entendo o que quer dizer, mas você não acha
que a quantidade aqui é excepcional?"
Ouvindo as palavras de Bou-san, a expressão de Naru
se tornou mais séria.
"Pessoas não treinadas nem sempre obtêm
sucesso em invocar espíritos, mesmo que tentem. Em outras palavras, o número de
sucessos é pequeno. Essa é uma escola especial para psíquicos? Mesmo assim, não
acredito que a situação progrediria tão rápido."
"Talvez."
"Além do mais, tem a situação atual. Mesmo
que todas as histórias estranhas sejam simples mentiras, e a criança na sala LL?
O cachorro preto? Os incêndios? Temos certeza que jogar Kokkuri-san invoca
espíritos, e entre esses espíritos, há alguns que são poderosos, e incidentes
em que eles causam mal não são desconhecidos. Mas, se esse é o caso, a quantidade
também é anormal."
"Essa..."
Eu disse. Eu queria perguntar a Bou-san algumas
questões básicas. Nessas situações, Naru é, basicamente, inútil. (Nota: mesmo
se eu perguntasse, ele não ia responder...)
"É verdade que Kokkuri-san convocaria espíritos?"
"Seria assim, se fosse feito por um psíquico."
"Não aconteceria com aqueles que não são psíquicos?"
"Não. Pra começar, isso é muito arbitrário."
"Pra dizer a verdade... Eu fiz Kokkuri-san uma
vez."
"Heh. Até a Mai pode fazer coisas chatas."
"Isso é o que você chama de ignorância da
juventude. Kokkuri-san era muito popular na escola fundamental. E depois, essa
moda de espíritos chegou… ou melhor, a moeda de 10 yen se moveu, e previu um
monte de coisas corretamente. Como você explica isso?"
"En... como eu posso dizer..."
Bou-san olhou para Naru; Naru deu de ombros.
"Mai, tente colocar seu dedo na mesa. Como
se fosse jogar Kokkuri-san."
Eu coloquei meu dedo na ponta da mesa.
"Seu dedo está tremendo. Não se mexa."
Eu não fiz meu dedo tremer de propósito. Mas
olhando para a ponta do meu dedo, minha mão estava tremendo mesmo, mesmo que só
um pouco.
"Mesmo que você diga isso..."
Mesmo que eu tentasse ficar parada, não consegui.
"Entendeu?"
"Huh?"
"O corpo humano é assim."
Ah,
é verdade.
"Quando têm muitas pessoas fazendo isso
juntas, sob a influência do tremor de cada pessoa, a moeda se move. Kokkuri-san
e a Tábua Ouija (nota: Tábua Ouija – usada em comunicação ou convocação de
espíritos como uma tábua divina ou profética, similar a Kokkuri Japonesa. Usando as letras do
alfabeto latino e números, Sim/Não, etc. Na tábua, a planchette ((obs: aquela
placa triangular que fica no centro da Tábua Ouija e que todos colocam a mão)) se
moveria na direção dos espíritos, ou daria alguma mensagem profunda.) etc... a
teoria por trás dos dois era a mesma. Todos estão se movendo inconscientemente.
E porque é algo inconsciente, o movimento resultante é inesperado."
"En."
Saber disso fez com que eu achasse o jogo sem
graça.
"Mas, isso realmente prediz um monte de
coisas de forma correta – o que quer dizer?"
"De maneira geral, as pessoas que pensam
assim, também pensam, ‘seria muito bom se a moeda se movesse’, certo?"
"Sim – é mais interessante se a moeda se
mover."
"As pessoas também pensam, ‘se a resposta da
pergunta for a certa, seria bem mais interessante.’ ‘Quantos anos as Mai complete
esse ano?’ alguém pergunta. Todos sabem a resposta. Dezesseis anos. Subconscientemente
todos estão pensando, ‘ se ela se mover para um, e depois para o seis, seria
incrível’, essa esperança no subconsciente dos jogadores faz a moeda se mover. E
então ela se move para dezesseis."
"Ela também previu algo que só eu sabia."
"Como o quê?"
"Ela previu o que tinha no meu bolso na hora."
"En. Isso também é de conhecimento geral. O
conteúdo do bolso de uma garota: lenço, pente, espelho... as expectativas de
cada participante são diferentes. Todos os participantes estão nervosas e
pensando rápido. Uma palavra que começa com “c” – chaveiro? Então ela se move
para ‘h’. Finalmente vai acabar formando a palavra ‘chaveiro’."
"Exato."
Inacreditável.
Eu peguei o chaveiro do meu bolso.
"Idiota. Ele estava fazendo barulho desde o
início."
"Ah, estava?"
"Quando jogamos esse tipo de jogo, vão
aparecer respostas que estão certas porque são de conhecimento geral, e
respostas que estão erradas. O interessante aqui é a mentalidade humana. Por
exemplo, se eu pergunto ‘qual o nome da mãe de Bou-san’. E a resposta que
aparecer for ‘Ayako’... Bou-san, a resposta é?"
"É Masayo."
"Não acertou. Mesmo assim, porque em algum
lugar da mente humana, pensamos que seria mais interessante se tivesse
acertado, ele descuidadamente vai dizer. 'Mesmo que não tenha acertado, de fato,
eu conheço alguém que se chama Ayako. Como ela poderia saber isso?'"
"Ah, então é assim..."
"Se a resposta fosse 'Ayayo', mesmo que
esteja errado, só o ‘yo’ não está certo; ou se fosses 'Masako', só o 'Masa' já
serviria. Se nos perguntássemos se ela acertou, nessas situações, na verdade,
nenhuma está certa. Mas os humanos acreditariam que ela tinha ‘acertado’. Além
disso, mesmo se estivesse completamente errado, ‘ah, como esperado, está
errado’. Porque alguém ficaria surpreso se estivesse certo, deixaria uma
impressão duradoura em todos. Numa experiência real, quando fazemos vinte e
quarto perguntas, só três serão respondidas certo, e elas não estarão
completamente certas."
"Ouvindo o que você diz, acho que é assim
que acontece..."
Acho que me senti assim quando joguei.
Bou-san olhou de forma suspeita para Naru.
"O quê?"
"Depois de ouvir seu discurso, me baseando
no que você disse, você não acredita em Kokkuri-san."
"Talvez... Pessoalmente, não acredito em
Kokkuri-san."
"Eh?! Verdade?"
"Por que você diz isso..."
"Todas acreditam que espíritos sabem tudo. Como,
o future de Mai, os pensamentos de Bou-san, os objetos secretamente escondidos
no meu bolso, todos pensam que espíritos vão sabre essas coisas, com certeza, mas
isso é verdade?"
"Ah," Bou-san e eu dissemos juntos.
"Se Mai morrer e virar um espírito, você
acha que saberia essas coisas?"
"Não."
"Exato. Eu, pessoalmente, também acho que
não. De forma básica, as únicas coisas que espíritos sabem mais do que os
homens são coisas ligadas à ‘morte’ e ao ‘outro mudo’."
En... Então é assim... só as coisas ligadas à
‘morte’; não é algo que alguém entenderia sem experimentar por si mesmo.
"Então, ao contrário de Bou-san, eu acho que
Kokkuri-san é só um jogo inofensivo."
Yasuhara, que nos ouvia quieto, interrompeu.
"Mas, e se houver um psíquico poderoso
presente? Eles poderiam invocar um espírito realmente?"
Naru deu de ombros.
"É possível. Mas esse psíquico hipotético
seria capaz de evitar espíritos do mal. Ele seria capaz de evitar a invocação
de espíritos do mal."
Se não pudesse, não seria um psíquico.
"Isso... não está errado."
"De qualquer forma," Naru folheou a
montanha de anotações inquieto.
"Invocar um espírito é como ajustar a
frequência de um rádio. ‘Uma multidão reunida e espíritos invocados, resulta
numa escola recheada de espíritos assustadores’; nessa parte da opinião de
Bou-san, eu acho que há um certo grau de verdade. Se os exorcizarmos, mas
falharmos em achar a causa, nós podemos assumir que essa é a razão. Até que todos
estejam aqui, só podemos exorcizar os espíritos, conforme eles apareçam."
Naru soava como se estivesse muito frustrado.