terça-feira, 26 de março de 2013

Volume 4 - Capítulo 2 - Parte 2 e 3

Desta vez nem demorei muito a postar!

Capítulo 2

2

Passamos a primeira noite arrumando o equipamento.

Câmeras de visão noturna, equipamento para registrar a temperatura, microfones, etc; nós os arrumamos nos locais dos rumores estranhos e lugares onde espíritos eram vistos com mais freqüência. De qualquer forma, como não tínhamos cabo suficiente (Me refiro às extensões necessárias ao equipamento) para cobrir todo o complexo da escola, deixamos as máquinas nos diversos locais para tirar fotos e gravar sons, por isso não tivemos escolha a não ser checar um por um para examinar na sala de reuniões. Como sempre, a preparação do trabalho foi bem problemática; o posto de manutenção que arrumamos também deu trabalho; rapidamente me cansei dele.

Quando terminamos o trabalho e entramos, já era por volta de três da manhã.

Ayako, que não nos ajudou, tinha entrado bem antes e já estava aconchegada em lençóis na sala de trabalho. Mesmo quando eu entrei na sala, ela não levantou. Apesar disso, eu troquei de roupa rapidamente e mergulhei abaixo dos lençóis frios.

Depois disso, eu tive um sonho inconcebível.


Eu estava andando na escola à noite.

Salas escuras; corredores escuros. Não havia uma alma à vista; era um complexo escolar em completo silêncio. Eu não sabia onde estava. Estava um breu.

Eu senti que tinha alguma coisa e estudei o ambiente ao meu redor. Notei uma porta à minha frente.

Instintivamente, eu abri a porta. Uma brisa fresca me golpeou. Era o telhado.

Examinando o telhado, vi uma figura num dos lados.

“Quem está aí?”

Eu juntei as palavras questionadoras; ele virou a cabeça.

Era um rapaz com mais ou menos a minha idade. Ele não era alto, e parecia vulnerável. Ele me encarou com olhos sem vida; sua linha de visão voltou a posição que estava para olhar além do telhado.

Ele segurou o corrimão, e olhou, imóvel, para o chão.

“O que você está fazendo?”

Eu andei para o lado dele e perguntei. Ele sussurrou em resposta.

“Estou olhando…”

Para o meu “olhando o quê?” ele não deu resposta. Eu segui sua linha de visão e olhei. Ele continuou a olhar, imóvel, para o complexo da escola. Por algum tempo, nós dois, juntos, olhamos o complexo da escola.

Escuro, janelas pretas. Podíamos ver algo branco flutuando na parte de dentro.

“O quê?” Eu pensei, enquanto meus olhos encarando aquela coisa. Luzes brancas. Elas passavam pela janela com facilidade e flutuavam por ali. Elas eram redondas, arrastando uma calda muito longa. Elas pareciam não ter peso;  as luzes brancas pareciam fluir.

Assim que pensei nisso, luzes brancas também apareceram no andar de baixo. Olhando além, elas também estavam no andar seguinte. Elas estavam na janela seguinte e na janela depois dessa também. Virando para olhar para trás, elas também estavam no campo.

Num instante a escola estava cheia de espíritos. Deixando uma calda de luz branca, eles voavam por todo o lugar. Eles também estavam ao meu redor. Ele parecia estar mais sério.

“Você está… olhando para isso?” Eu perguntei ao garoto silencioso que observava

Ele assentiu. Um leve sorriso apareceu no canto de seus lábios.

“Você não está com medo?”

“Eu estou muito feliz.”

“Feliz? Por causa desse tipo de coisa?”

Mas aqueles eram espíritos! Como podia estar feliz com este tipo de cenário?

Ele me encarou de volta com um sorriso satisfeito.

“Extremamente feliz.”

Mas, aqueles eram…

De repente sua expressão foi escondida por uma sombra escura. Ele olhava para mim constantemente, lábios separados. Esses olhos constantes reluziam de uma forma radiante e sombria.

Ele estava sorrindo. Os cantos de seus lábios se ergueram. Era um sorriso sinistro.

“Eu estou extremamente feliz. Não há sentimento melhor que esse.”

Quem é você?

Quem, exatamente, é você?


De repente eu estava acordada.

Eu sentei, ao meu redor tudo ainda estava escuro. Eu podia ouvir Ayako respirando suavemente.

Eu olhei para o relógio perto do meu travesseiro. Eu não tinha dormido nem dez minutos.

O quê? O que diabos foi aquele sonho?

Eu tentei lembrar do rosto do garoto. Era um rosto que eu nunca tinha visto antes. De qualquer forma, não era uma pessoa que eu conhecesse.

“Que estranho…”

Eu afofei meu travesseiro, e deitei mais uma vez. Dessa vez, meu sono não foi perturbado.

3


Ainda exaustas da noite anterior, fomos acordadas por alguém de forma rude, cedo de manhã.

Grunhindo, eu abri a porta. Do lado de fora da porta, estavam algumas garotas; elas tinham ouvido sobre a chegada dos psíquicos, e correram para perguntar as novidades antes das aulas começarem.

Não é como se eu não entendesse o que sentiam…

Então expliquei a situação para elas. Ontem foi só a preparação para a investigação; a investigação oficial ia começar hoje, qualquer exorcismo só ocorreria depois disso.

Depois de me livrar do grupo de garotas insatisfeitas, eu mergulhei debaixo dos lençóis mais uma vez.

Eu estava quase dormindo, quando alguém bateu na porta.

Eram os cinco grupos de estudantes que vimos no dia anterior. Graças a eles, Ayako e eu estávamos bem e verdadeiramente despertas.

A série de eventos inoportunos não parou por aí.

Quando fui até o equipamento que montamos ontem, para retirar a informação coletada, havia uma grande multidão de pessoas reunidas ao redor. Eles me agarraram e eu fui interrogada. Como isso atrapalharia nossa investigação, eles deveriam manter as mãos longe do equipamento – ele precisa ser manuseado com cuidado. Não há trabalho mais difícil que esse.

Além disso, no meio da multidão uniformizada, nós, forasteiros, éramos muito mais visíveis. Quando andássemos por ali checando o equipamento, seriamos parados por estudantes curiosos.

Todos eles queriam saber até o menor desenvolvimento. Como Yasuhara tinha dito, todos na escola se estavam agitados. Notoriamente, havia lugares vazios nas classes. Os lugares pertenciam aos estudantes que estavam doentes por causa da estação, e a estudantes que estavam receosos de frequentar a escola. A escola estava completamente sem vida. Os estudantes se juntavam em pequenos grupos, e falavam baixo, como se estivessem num funeral.

E, teríamos sorte de ser interpelados pelos estudantes. A verdadeira desgraça era ser flagrado por Matsuyama. Se éramos vistos por Matsuyama, ele fazia comentários sarcásticos. Ele diria um monte de palavras que fariam minhas veias entrarem em erupção, e ia embora com uma expressão de satisfação. Hn. Bastardo.

Depois naquela tarde, Masako, que veio com John no terceiro grupo, foi a mais insatisfatória última gota.

Quando John e Masako chegaram, era por volta de três da tarde.

John Brown, 19 anos, é um exorcista que nasceu na Austrália. Infelizmente ele aprendeu seu japonês em Kansai, e inadvertidamente se torna alvo de zombaria. Pessoalmente, ele é muito bom, o fato de ser um psíquico é uma vergonha pequena (?).

Hara Masako, 16 anos, é uma médium espírita. Ela tem trabalhado ativamente como uma médium desde a sua infância, e é uma personalidade famosa, que aparece na televisão. Embora eu quisesse comentar outros aspectos dela, vou deixar pra lá agora. Ela é, de acordo com Naru, muito poderosa aparentemente.

Depois que os pares terem chegado à base e sido apresentados a Yasuhara, que chegou para ajudar depois das aulas, Naru explicou a situação. Eu estava no canto organizando os relatórios coletados no dia anterior e checando os dados coletados por Lin-san na noite anterior.

Primeiro Naru perguntou à Masako, “Hara-san, qual é o estado da escola?”

Masako parecia melancólica. Parecia não ter palavras, ela estava hesitante por um momento. Com o encorajamento de Naru, ela finalmente falou.

“Eu não estou… Totalmente certa.” Ela soltou a bomba.

Num piscar de olhos nós começamos a reclamar.

“Não pode ser, Masako, isso de novo?”

Masako ignorou as palavras do monge.

“Não é como se eu não pudesse ver nada. Posso sentir a presença deles.”

Parecendo preocupado, o monge protegeu sua cabeça com as mãos. Ayako e John sacudiram a cabeça, eles estavam sem idéias. Então a expressão de Naru se tornou séria.

Em outras palavras, dessa vez não podemos contar com Masako.

Me deixou um pouco sobressaltada.

Aparentemente, é preciso ter algum talento para ver espíritos. Com espíritos fortes com objetivos claros, há registros que até pessoas sem talento podem vê-los. Mas, para espíritos normais, que existem em silêncio, seria necessário um talento especial para vê-los.

De todos os membros reunidos aqui, só Masako tem esse tipo de habilidade. Isso quer dizer que se não podemos contar com Masako, estamos tão bem como cegos. Isso era realmente preocupante.

“… e essas presenças que você pode sentir?”

Quando um aparente Naru muito frustrado disse isso, Masako mostrou uma expressão contrariada.

“Normalmente os espíritos podem ser vistos claramente, mas aqui… É como olhar uma televisão com o canal mal sintonizado. Tem muita estática misturada… Entendem o que quero dizer?”

En, Não totalmente.

“Posso sentir a presença dos espíritos, e são muitos. Também sei onde estão, mas… o tipo de espíritos eles são exatamente, não tenho certeza. Embora seja certo que alguns espíritos estão presentes.”

Masako disse isso e baixou a cabeça.

“Por mim, eu nunca fui boa em comunicação com espíritos assustadores. Se é um espírito que tem uma conexão especial com uma pessoa ou um local, geralmente não tenho problemas...”

O monge suspirou.

“De qualquer forma… como esses espíritos foram invocados por meio de um jogo, espera-se que não haja uma grande conexão com a escola ou os estudantes... E isso aconteceu de novo, Masako.”

Ele encarou Masako maliciosamente.

Masako encarou o monge.

“Esta é uma situação especial. Não como se eu não pudesse vê-los ou senti-los de jeito nenhum!”

“Sim, sim,” o monge disse, contraindo o pescoço.

Masako franziu a sobrancelha levemente.

“Mas há um espírito particularmente mais forte que posso sentir aqui…”

“Que tipo de espírito é esse?” Naru perguntou. Masako estreitou os olhos, olhando para longe.

“É um espírito masculino, deve ter minha idade...” Um homem… com idade quase igual a da Masako… Quase a minha idade…?

“Posso ver esse espírito masculino de forma clara. Posso sentir uma emoção muito forte. Esse espírito... Talvez algo tenha acontecido nessa escola que o deixou triste. Ele está preso na escola.”

Isso… Não é isso…

Com os olhos fechados, Masako inclinou a cabeça.

“Com certeza não está perto, mas sua presença é forte… Acredito que seja o espírito de alguém que cometeu suicídio. E não aconteceu há muito tempo.”

É o Sakauchi-kun… Em outras palavras, ele está atualmente assombrando a escola…

Minha cabeça ficou calma de forma agradável.

O sonho da noite passada. O garoto no telhado. Aquela pessoa… Quem era ele?

Naru abriu seu caderno de anotações e puxou um recorte de jornal.

“Aquele espírito, é esta pessoa?”

Masako pegou o recorte de jornal e olhou. Coincidentemente Masako estava em pé perto de mim, e eu pude ver o conteúdo do papel ao esticar o pescoço. Era um artigo sobre um estudante do primeiro ano que cometeu suicídio numa certa escola. Havia uma fotografia do estudante no recorte.

De repente, me senti fraca. Aquele era… A fotografia era…

Masako assentiu.

“É essa pessoa. Então seu nome era Sakauchi…”

Naru pegou o recorte de jornal de Masako, o devolve a seu lugar de origem e disse, “Essa… Raiva da escola… É real.”

Naru parecia murmurar para si mesmo. Depois se virou para Lin-san imediatamente, “Lin, qual foi a situação ontem à noite?”

O mencionado Lin-san tirou seus fones de ouvido.

“Há alguns lugares em que a temperatura estava anormal. 3-1, 2-4 e a sala LL tiverem temperaturas especialmente baixas.”

3-1 era a sala de Yasuhara, onde o envenenamento em massa acontecera.

2-4 era a sala em que o cachorro preto aparecera.

“Não há nada anormal com os visuais; os microfones registraram sons em três locais. Diferentemente, eles são a Sala de Preparações Artística, a sala 2-4 e o Depósito do Ginásio.”

Naru deu um golpe na mesa.

“Então é assim, tivemos uma resposta logo no primeiro dia.”

Quando foi aquele incidente… Naru tinha dito “Espíritos são muito tímidos.” Espíritos não gostam de intrusos. Se há intrusos, eles vão se esconder temporariamente.

Entretanto tivemos uma resposta no primeiro dia. Se este era o caso, então…

Naru passou os olhos por todos nós.

“Façam exorcismos nos cinco lugares mencionados para começar. Hara-san, por favor, ande pela escola e cheque os locais onde há espíritos. Matsuzaki-san, por favor acompanhe Hara-san, e conduza exorcismos com o melhor de sua habilidade.”

“Ok.”

Ayako e Masako se levantaram. Naru chamou Ayako, dizendo, “Será melhor se você não se sentir superior aos espíritos deste lugar; por favor, seja mais cuidadosa.

“Mai vai continuar observando daqui, e administrar as comunicações. O monge e John,” Naru olhou para os dois quando disse isso.

“Primeiro vão aos cinco lugares em que houve atividade na noite passada e conduzam exorcismos lá. Depois vão aos locais que Hara-san indicar.”

“Claro.”

“Sim.”

Os dois responderam e saíram de seus lugares.

“Lin e eu vamos continuar investigando lugares suspeitos. Yasuhara-kun, por favor, nos ajude. Mai,”

“Sim!”

Em resposta a minha atitude entusiasmada, Naru me olhou friamente.

“Não fique com preguiça e caia no sono.”

Sim~

quinta-feira, 21 de março de 2013

Volume 4 - Capítulo 2 - Parte 1

Depois de meio século, voltei! Desculpem a demora, mas o negócio tá feio aqui, rs... Os estudos e o trabalho não estão colaborando, mas aos poucos eu consigo.


Capítulo 2 – Dança nas Sombras


1


Quando o segundo grupo, que consistia em Ayako e Lin-san, chegou, já era noite.

Quando chegou à Sala de Reuniões, Ayako exclamou, “Não temos onde nos hospedar?!”

Essa era exatamente a situação. Como esse lugar era muito longe de Tóquio, pedimos à escola para nos fornecer acomodações. Apesar disso, a escola só preparou uma sala de trabalho…

Matsuzaki Ayako, 23 anos, é uma sacerdotisa auto proclamada. Por nenhuma razão aparente, ela é sempre cheia de confiança, mas até hoje, ninguém viu seus poderes. Há alguns que dizem que ela é, simplesmente, inútil.

Ayako me questionou, “O que significa essa situação?”

“Não há nada que possamos fazer. Vamos ficar bem, com apenas duas pessoas por sala. Duas pessoas ocupam o espaço de seis tatames.”

Naru e os rapazes eram dignos de pena, com três pessoas se espremendo num espaço para seis tatames; quando John chegar no dia seguinte serão quarto pessoas dormindo juntas.

“Como eles, se atrevem a não ter nem comida?” Ayako grunhiu.

“Também não podemos fazer nada quanto a isso. Ou devemos apenas esquecer tudo e ir para casa?”

Quando me ouviu dizer isso, Ayako se recusou a me encarar.

Naru, usando uma expressão que dizia “isso não tem nada a ver comigo”, estava discutindo alguma coisa com Lin-san.

Lin-san: verdadeiro nome incerto, idade desconhecida. Eu já o conheço há quase dez meses, mas continuo sem saber seu nome e idade; tudo isso resume a imagem de Lin-san. Pensando nisso com cuidado, Lin-san é uma pessoa mais misteriosa que Naru.

“De qualquer forma o número de aparições é muito grande e nosso equipamentos e recursos estão um pouco reduzidos.” Naru disse muito insatisfeito.

“Amanhã teremos Hara-san para fazer uma inspeção por espíritos, e confirmar a presença deles. Se houver algum espírito, temos o Monge, Matsuzaki-san, e John para conduzirem exorcismos. Lin-san e eu vamos investigar mais locais suspeitos. Quanto à Mai…”

Dizendo isso, ele virou o rosto para mim.

“Basicamente, fique na base e colete, e organize os relatórios.”

“Si~im”

“Mas, se houver alguma descoberta, deve se comunicar imediatamente.”

???

Quando o monge viu que eu estava frustrada como se não tivesse entendido o que Naru queria dizer, ele continuou.

“Você não é a mulher com um sexto sentido?”

“Ah, eu sou?”

Agora que ele mencionou isso, teve aquele incidente, quando um palpite de sorte estava certo. E, de forma inesperada, eles até disseram que isso era uma PES (Percepção Extrassensorial) latente. Xi~ xi~ xi~ (risada)

“Naru-chan~ isso não vai prestar ~~”

Tanto faz. Vocês esqueceram? Olhe, eu sou muito gentil.

“Esqueça isso. Não é nenhuma novidade que Mai é inútil em campo. A última vez foi só um caso especial.”

O tom de Ayako foi sarcástico.

“Então, a verdade é que você está com inveja; só porque você nunca foi útil.”

O rosto de Ayako estava vermelho de raiva.

Vendo os companheiros fuzilando uns aos outros com os olhos, Yasuhara começou a sorrir.

“Eu sempre pensei que psíquicos, etc, eram pessoas muito mais profundas e sombrias”.

“Nosso grupo é especial. Oh sim, Yasuhara-kun, você não tem que ir pra casa?”

“En, não me julgue pela aparência, acho que sou capaz de me virar com o básico. Nesse exato momento, estou pensando em ficar e ajudar.” Yasuhara disse, sorrindo.

A expressão do monge se tornou patética. Talvez ele estivesse imaginando uma cena de cinco homens se espremendo numa sala minúscula.

“Por favor, não se preocupe. Eu peguei um saco de dormir emprestado.”

En~ Que surpresa, Yasuhara é do tipo durão.

“Yasuhara-kun.” O tom de Naru era severo. “Eu realmente aprecio sua oferta de ficar e ajudar, mas é melhor você não ficar. Isso é muito perigoso.”

“Definitivamente, se você acha que eu vou atrapalhar, por favor me diga, e eu vou para casa.” Yasuhara disse, dando um largo sorriso.

Não posso deixar de dizer que ele é uma pessoa muito enérgica. En, me transformei numa fã de Yasuhara.

O começo de um sorriso surgiu no rosto de Naru.

“Se é assim, então nos ajude. Você tem confiança na sua força?”

“Por favor, deixe isso comigo.”

Naru assentiu, e depois disse, “então, Lin e Mai, vão e movam o equipamento.”

Sim~.

 

Um de cada vez, entramos na van parada no estacionamento da escola, para pegar o equipamento.

“Sala LL, 2-4, 3-1, o Vestiário, a Sala de Preparação Musical – arrumar câmeras nesses cinco lugares. Colocar microfones nos outros lugares onde outras histórias estranhas foram repostadas.”

Seguimos as instruções de Naru, movemos o equipamento para os locais designados e montamos tudo. Indo e vindo entre o estacionamento e o complexo da escola, Yasuhara estava deslumbrado.

“Realmente é incrível. Os psíquicos dos dias de hoje fazerem uso desse tipo de equipamento!”

Yasuhara e eu fomos ao Laboratório de Química, onde passos foram ouvidos, e instalamos um microfone.

“Só o nosso grupo é especial.”

Eu sorri de forma amarga. Não havia nada a ser feito, além de forçar um sorriso.

“Para dizer a verdade, eu pensei que os supostos psíquicos pareceriam e seriam mais perigosos, eles ergueriam as mãos e entoariam encantamentos.”

“Também há pessoas que fazem isso. Mas pelo menos, Naru não é um psíquico.”

“Verdade?”

Yasuhara parecia muito chocado.

“Isso é o que ele diz. Ele diz que é só um caçador de fantasmas.”

“Ah, se esse é o caso, eu entendo.”

Minha mão, que instalava o gravador, parou.

“Isso é raro… Normalmente as pessoas não entendem esse tipo de coisa.”

A expressão de Yasuhara era confusa.

“É porque isso já foi o tópico de uma discussão…”

O tópico de uma discussão?

“Sakauchi, não muito depois de se matricular, ele escreveu isso no levantamento de suas aspirações. Ele disse que seu desejo era se tornar um caçador de fantasmas no futuro. Mas pode ser que tenha escrito isso de brincadeira.”

“Sakauchi… é o estudante que morreu no verão…?”

“Sim. De acordo com o que eu sei, ele foi o primeiro estudante a morrer nessa escola desde a fundação do colégio. Houve um período em que todos discutiam esse incidente.”

Yasuhara parecia magoado.

“Não posso evitar pensar… que devíamos continuar quietos. Estudamos na mesma escola, passamos metade do dia no mesmo espaço, e talvez tenhamos varrido o mesmo corredor e passamos um ao lado do outro inconscientemente. Se tivéssemos tido sorte, poderíamos ter nos tornado amigos. É o que eu acho.”

“Sim.”

Mesmo se ele estivesse brincando, ele ainda era o garoto que queria se tornar um caçador de fantasmas. Se ele tivesse nos conhecido, o que teria dito?

“Realmente? Ele era um garoto que se interessava por esse tipo de coisa.” Notado que eu estava um pouco abatida, Yasuhara disse isso de forma encorajadora.

“Ok. Onde devemos ir a seguir, Capitã?” Yasuhara levantou.

“É, ‘o Depósito do Ginásio, onde se Ouve o Miado de um Gato’. Yasuhara-kun, não me chame de ‘Capitã’ ou algo assim.”

“Sendo assim, se você quer que eu seja o menos formal possível, então tenho que chamá-la assim. A verdadeira Taniyama-san deveria ser uma pessoa mais animada.”

Oh oh, já vi tudo.

“Se Yasuhara-kun não fizer isso, então não posso continuar. Porque eu sou a mais nova.”

“Por mim, eu realmente odeio esse tipo de coisa. Não gosto de uma sociedade que diferencia as classes sociais.”

“Ah, eu também.”

“Nós realmente temos muito em comum, Capitã.”

“Sim, irmãozinho. Antes que sejamos repreendidos por nosso chefão super narcisista, é melhor irmos ao próximo lugar.”

“Vamos fazer isso.”

Na escola cheia de rumores desenfreados, Yasuhara e eu caminhamos rapidamente, sorrindo.
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